sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ele há coisas... #37

Na rotunda de Schuman, mesmo ontem.


Serviu para me educar porque finalmente fui tentar saber mais sobre o Hanukah (ou Chanukah, aparentemente).



S.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Mulheres nos filmes e na filmagem

A New York Film Industry publicou esta fita de estatísticas e outros dados sobre a desigualdade de género na indústria cinematográfica hollywoodesca. Os resultados não são surpreendentes mas ainda assim vale a pena olhá-los, assim, preto no branco, para que não restem dúvidas da forma como as mulheres são representadas nos filmes (ou não representadas de todo):  



E um dia destes faço um post sobre o Bechdel Test. Porque é divertido e eu já tenho saudades de escrever sobre feminismo.



S.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O plano dos azuis e brancos

Eu já tinha partilhado o meu entusiasmo com esta notícia hoje no Facebook do blog mas faço-o novamente: o Alex Salmond, Primeiro-Ministro da Escócia, lançou hoje o plano detalhado com tudo explicadinho sobre como será a independência da Escócia. Isto é um momento histórico: há uma região que tem um plano de 670 páginas, que cobre todas as áreas do que é ser-se um Estado, e que explica como farão quando e se se tornarem um país daqui a 10 meses. É um documento histórico e nem precisa de o plano se concretizar para o ser: nunca ninguém antes planeou uma independência com tanto afinco e detalhe como os escoceses. E nunca essa decisão dependeu tanto da vontade democrática de um povo como acontecerá no dia 18 de setembro de 2014.




Eu culpo a minha educação de ciência política misturada com a minha paixão pela história UKiana para este meu entusiasmo desmesurado e aparentemente fora do lugar, mas vou tentar contagiar quem está aí desse lado. É que, reparem, independências a bem são da coisa mais rara possível na História, independências lembram guerras, revoluções, lutas sangrentas, inflamadas e impregnadas de valores e sentidos de identidade. O sentido de identidade não falta na questão escocesa, claro, sem sentido de identidade a criação de um novo Estado é sensaborona, artificial, sem objetivo. O que é novidade é a falta das outras características todas. Eu vi o lançamento desta espécie de blueprint, white paper, plano para negociação, manifesto, o que quer que os jornalistas lhe chamem, e aquilo foi tão business-like, tão comedido, tão racional, tão pacífico que fez impressão. Agora é que vai começar a campanha a sério, baseada nas ideias para o futuro da Escócia ali explicadinhas, e vai começar a extenuante tarefa de convencer os escoceses - e o resto do UK e Europa, já agora - que uma Escócia independente seria uma Escócia melhor mas ainda assim viável.

Viável... É engraçado como uma das grandes preocupações deste plano é mostrar através de ideias concretas como é que a Escócia seria um país viável a nível económico, como se conseguiria sustentar a si próprio sem os cofres do UK. Foi esta aliás a maior crítica apontada a esta ideia de independência: que a Escócia não é capaz de sobreviver sem as transferências de dinheiro de Whitehall. E ainda que seja bom que isto seja pensado e ideias concretas apresentadas, não deixa de ser um bocado injusto que uma região tenha que provar que é economicamente sustentável para conseguir a sua independência. Se fosse esse o critério para se ser um país então o nosso mapa-mundi seria deveras interessante. E muitos dos países soberanos mais velhos do mundo não existiriam de certo... (Todos temos um na ponta da língua mas vamos deixar o nome por dizer, vá.) Mas bom, a Escócia ao que parece foi bafejada com a sorte dos deuses e aquele Mar do Norte está todo impestadinho de petróleo pelo que têm rendimentos para viver por umas boas décadas sem fazer mais nada. 

Um repórter da BBC afirmava muito espantado que tinha esperado que o lançamento do plano fosse carregado de euforia, simbolismo, carga emocional forte - afinal aquela gente do SNP luta por uma Escócia independente há décadas! - e em vez disso tinha visto um Primeiro-Ministro muito sóbrio a apresentar o seu plano para o futuro do país. Dizia o repórter que achava que era estratégia, para que os escoceses se descansem que uma Escócia independente não seria muito diferente do que é atualmente: continuará com a Rainha como chefe de estado, manterá a libra esterlina, continuará na UE e na NATO, etc. Será só uma Escócia sem coisas que Londres decide e que os escoceses abominam, como a polémica do bedroom tax, com controlo fiscal e controlo do seu próprio futuro. Uma Escócia mais socialista, portanto. 

E por falar em socialismo, é muito interessante isto de a Escócia se tornar mais esquerdista (já aqui tinha falado dessa diferença e do que uma amiga escocesa me disse, qualquer coisa como "We are not like the English, we want to succeed but we want to bring everyone with us.") porque isto significaria que a Inglaterra-Gales-Irlanda-do-Norte se tornar mais conservadora. Já vários escoceses me afirmaram que se a Escócia se vai embora o Partido Trabalhista nunca mais volta a ter maioria em Westminster, já que é muito através dos círculos eleitorais escoceses que lá tem deputados. Daí que se os Conservadores na Inglaterra estão a fazer campanha para um "Better Together" UK e não querem mesmo, mesmo nada ver a Escócia partir (se bem que foi o seu líder que autorizou o referendo pela independência, não percebi ainda em nome de quê, gente estranha), os Trabalhistas também não têm interesse nenhum em que a Escócia se vá embora.

Bom, dizia eu, a Rainha fica, a libra fica, a UE e a NATO ficam, as armas nucleares que estão num submarino qualquer estacionado na Escócia vão embora, a Union Jack não mais será defraldada na Escócia (uuuh, simbolismo!), a BBC vai embora também. No manifesto estão lá os planos detalhados para a negociação de cada uma destas coisas.

Mas depois vem um senhor deputado Conservador e diz: "ah, e tal, isto é tudo muito bonito mas é no papel, o plano não passa de um lindo trabalho de ficção, e não se esqueçam eles que quase todos estes pontos não dependem do governo escocês, dependem de terceiros que podem não estar dispostos a ceder a estes termos, numa negociação não se ganha tudo o que se quer, etc." Eeeeer... A sério que ouvi bem? Oh camafeu, o teu partido quer fazer um referendo em que uma das opções é votar para manter o UK na UE mas com novas condições e poderes repatriados, coisa que nenhum partido pode oferecer porque não está nas mãos de nenhum governo garantir que o resto da UE aceita essas novas condições, e tu vens dar bitaites a outrém sobre como não se consegue tudo o que se quer em negociações? Ide dar esse conselho ao vosso próprio partido, ora essa! Cambada de hipócritas...




Vamos lá entao por partes:

- Sobre manter a libra esterlina, ou seja, fazer uma união monetária com o resto do UK:
"Ah, o resto do UK pode não aceitar." Ao que o Salmond responde "ah, então eu posso não aceitar alarcar com a parte que nos cabe da dívida pública do UK. Uma coisa implica a outra." A dúvida maior seria se a Escócia não seria obrigada a adotar o Euro, como dizem os tratados... Eles dizem que não, "olha para a Suécia, não quis, não entrou, continua a assobiar para o ar a ver se ninguém se lembra dessa exceção que tem que não é bem exceção. Nós fazemos o mesmo!" Não sei, não... 

- Sobre manter a Escócia na NATO: 
"Hmmmmm, não sei se vos deixam, vocês querem-se livrar do armamento nuclear!", dizem os céticos. Oh valha-me deus. Desde quando é que um país tem que ter armas nucleares para pertencer à NATO? Querer livrar-se dele é que devia ser condição para entrada, se é por um mundo mais pacífico que a NATO luta (é? não me lembro bem.). E que o mundo saiba, só 3 marmanjos na NATO é que as têm.

- Sobre manter a Rainha: 
Bah, esta condição não tem problema, ela é chefe de tanto sítio, mais um ou menos um tanto lhe faz.

- Sobre manter a Escócia na UE: 
Esta é a mais complexa de todas elas, concedo. E as dúvidas que os apologistas da união ou os simplesmente mais céticos levantam são legítimas. Nunca a UE teve que lidar com uma região secionista. Aquilo passa a ser um novo país, terá que pedir adesão novamente e esperar uns anitos até entrar? Mas, e entretanto? Rouba a UE ao povo escocês o direito de livre circulação que deteve até aqui, só porque escolheu ser independente? O que o Salmond quer é negociar com os outros estados-membros uma emenda ao Tratado de Lisboa para incluir que a Escócia continuará com os mesmos direitos de estado-membro caso se torne independente, como desde 1973 detém. Aqui há muitas reticências porque para esta emenda ser aprovada a tempo da independência (em 2016) tem que começar a ser negociada já, é preciso que Londres concorde (não quer concordar porque isto é abrir caminho a um "Sim" certo no referendo, os escoceses são eurófilos de coração), é preciso que outros países com problemas na sua casa concordem, como a Espanha (olha a Catalunha aos pulos lá atrás!) ou a Bélgica (já consigo imaginar os flamengos a irem-se embora e a levarem Bruxelas com eles).

E os escoceses, o que pensam eles disto tudo? Segundo fontes confidenciais e ultra-fidedignas (vá, um ou dois amigos) é mesmo muito difícil de prever. Vai tudo depender de que rumo tomará a campanha a partir do lançamento deste plano e provavelmente do quanto as políticas do Cameron os irritarem nestes próximos 10 meses. As fontes confidenciais e ultra-fidedignas dizem-me que não, que tudo vai depender é se fizer chuva ou sol no dia do referendo porque isso ditará se muitas ou poucas pessoas saírão de casa para votar. Parece-me uma análise tão válida como qualquer outra.





S.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O meu mundo encantado

E 100 páginas depois, eis as palavras novas que já aprendi:

- Zauberer (feiticeiro)

- Hexe (bruxa)

- Luft (vassoura)

- Zauberstab (varinha mágica)

- Muggel (muggle)

Tudo palavras úteis para o meu dia-a-dia, portanto.




Update: Luft não é vassoura, caraças. É ar. Acertei o contexto, falhei o objeto. Besen, Besen, Besen, Besen, Besen, Besen, Besen, Besen...




S.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Oh, a neve

A primeira neve da estação está a cair e só me ocorre isto: oh, f*d*-se, já?!


S.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Aprender a andar de bicicleta com rodinhas

Por falar em livros que despoletam boas memórias:


Porque não? Se foi assim que aprendi inglês...

Lembro-me perfeitamente de começar a Pedra Filosofal na versão original e com a tradução portuguesa por baixo, seguindo frase a frase a história em ambas. Não há motivação maior para acelerar o conhecimento de uma língua do que saber que o próximo volume sai quatro ou cinco meses antes da tradução em português... 

Sei perfeitamente que ainda assim o meu nível de inglês quando comecei a ler HP na versão original era melhor do que o meu nível de alemão agora. Mas o meu conhecimento de HP agora é imensuravelmente maior do que na altura, chega a ser embaraçoso mesmo, por isso é capaz de equilibrar. Não sei linhas de cor, credo, não cheguemos a tanto, mas conheço a história o suficientemente bem para não ser capaz de me perder, mesmo que haja avalanche de palavras estranhas.

Portanto, plano para os próximos meses: ler o livro acompanhado com a versão em audio (sim, eu não faço as coisas por menos. Se é para aprender, É PARA APRENDER). Quando descobri o maravilhoso mundo dos livros audio - também no universo HP e porque queria treinar o meu ouvido inglês - passava horas e horas deitada no sofá muito sossegadinha a ouvir o senhor Stephen Fry a contar-me histórias, a fazer as vozes das personagens e a pronunciar as feitiços em latim muito cómicos. Era capaz de meter impressão para terceiros porque eu passava literalmente horas a olhar para a parede ou para o teto desfocadamente, com os fones a debitarem-me história diretamente no ouvido. Parecia que tinha perdido o gosto pela vida ou assim. 

Depois veio a fase do ler alto, mas não vamos já enlouquecer. 



S. 

sábado, 16 de novembro de 2013

A linguista dentro de mim cisma

Sempre me fascinou a questão dos sotaques. Mesmo muito. Durante muito tempo foi a demanda pela capacidade de distinguir entre os diferentes tipos de inglês - particularmente o britânico e o norte-americano - e hoje é a demanda pela capacidade de distinguir com eficácia sotaques de diferentes regiões do UK. A ideia de que o sítio onde vivemos modela a nossa forma de falar, a forma como soa as palavras que dizemos, é-me incrivelmente surpreendente e fascinante. Se calhar não devia ser porque parece uma coisa muito lógica, constatável e extremamente corriqueira. Mas para mim encerra a mesma incredulidade que constatar que o cãozinho de dois meses que adotámos crescia a cada dia e que agora passados três anos é um cão grande, ou que os bebés na família/amigos que acompanhámos desde a gravidez nasceram, passaram de recém-nascidos a bebés rechonchudos e crescem todos os dias, como atestam as fotografias partilhadas pelo Facebook. E isto independentemente do que fazemos. Foi com esta mesma incredulidade logo seguida de "ah, claro, mas estavas à espera do quê" que eu constatei que uma das minhas melhores amigas que me ficou do mestrado tem agora um lindo e robusto sotaque britânico, após três anos ininterruptos a viver em Londres. (Infelizmente, nove meses não dão para obter o mesmo resultado, como depressa constatei, especialmente se convivermos com pouca gente inglesa.) Mas o mais fascinante disto é que os sotaques são adquiridos naturalmente, e provavelmente sem a pessoa se aperceber, como pude também constatar após o nosso encontro há uns meses e o meu "Olha, ganhaste sotaque britânico!" e ela olhar para mim deveras surpreendida: "... ganhei?". Isto torna-se ainda mais engraçado quando a pessoa já havia aprendido a língua, já a falava com grande competência mas agora di-la de forma diferente. É como se fosse o instinto a modelar-nos para sermos o mais compatível possível com o que nos rodeia. Fico curiosa para saber se daqui a uns aninhos, a minha prima que vive agora no Porto desenvolverá um bonito sotaque nortenho, ou que tipo de português os meus filhos falarão se nos mantivermos emigras como intencionamos.

Pouco tempo depois de nos mudarmos para Bruxelas descobri, porque me disseram, não porque o conseguisse distinguir, que também havia uma diferença significativa entre o francês belga e o francês de França. Depois, quando fui a Estrasburgo, descobri que havia uma diferença também entre o francês de França estandardizado, que suspeito que equivalha ao francês de Paris, e o francês da Alsácia, que me disseram ter toques germânicos. Mais uma vez fui uma pessoa muito infeliz por não ter o nível de francês que me permitisse distinguir estas subtilezas maravilhosas das línguas que tanto me fascinam. Entretanto já consigo saber quando alguém está a falar francês de França ou francês belga. Descobri a distinção quando, nas minhas vendas de roupa em segunda mão, calhou uma rapariga ir a minha casa e eu começar a ficar extremamente incomodada por estar a ter grande dificuldade em perceber o que ela dizia. Só pensava "Mau, mas estou a andar para trás ou quê?!". Até que ela disse que era francesa e as peças encaixarem: estava a ter dificuldade em perceber este francês não por culpa minha mas porque provavelmente tinha pronúncia, hmm, francesa. Em vez de belga. Portanto é assim que agora os distingo: se o palavreado me está a parecer demasiado rápido e ininteligível quase de certeza é porque é sotaque de França. Mas isto ainda não é um método infalível e tenho muito que aprender.

Noutra nota, já não é a segunda, nem terceira, nem quarta, e suspeito que nem a quinta pessoa estrangeira que me diz que o português soa a russo. Da primeira vez arregalei muito os olhos de surpresa, à segunda fui tentar confirmar (o que é muito difícil porque se trata da nossa língua materna, mas há que tentar bloquear as palavras e o significado delas e focar só nos sons emitidos) e descobri, para meu grande espanto, que essas pessoas tinham razão: o português soa assustadoramente a russo. Suspeito que seja porque falamos para dentro e não tenhamos nenhuma musiquinha associada à nossa língua. O português europeu é deveras monocórdico e aborrecido. E a última pessoa que me disse isto do português europeu soar a russo foi uma brasileira, de forma que isto selou as minhas suspeitas em confirmações. 

Por falar em musiquinha associada à língua, uma vez perguntei à professora de inglês na universidade em Portugal (ela era nativa britânica) a que é que soava o português, porque sempre foi uma coisa que tive muita curiosidade, e ela disse que a nada. Que era extremamente difícil de identificar um português a falar inglês precisamente pela ausência da musiquinha linguística que, por exemplo, um italiano tem, ou um espanhol, ou um francês e que nos faz rapidamente aperceber quando é que um destes nacionais está a tentar falar inglês. Eu fiquei deveras intrigada. Deve ser por isso que rapidamente adotamos pronúncias estrangeiras quando vamos viver para outros países durante alguns anos, e transportamos essas pronúncias para quando falamos português, como é tão facilmente constatável em episódios de Portugueses pelo Mundo, ou em emigrantes franceses de volta à terra em agosto. 

Devo no entanto declarar aqui que o meu português se mantém intacto, muito porque o falo em casa todos os dias, e os meus amigos aqui são maioritariamente portugueses. Quanto ao meu inglês, ainda que seja a minha língua de trabalho, ele é maioritariamente falado com outras pessoas não-nativas e, sendo que as nativas falam inglês escocês, tenho-o guardado limpinho de influências sonoras e mantém-se assim muito internacional-estandardizado, aguardando o dia em que também ele se transformará num inglês britânico-regional manhoso qualquer. Mas prometo não forçar nem armar ao pingarelho quando esse dia chegar.

Agora podia vir aqui falar do alemão, mas se ainda não distingo como deve ser sotaques franceses, o que dizer do alemão, tão amador ainda. Mas ao que já me chegou aos ouvidos, sei que ele é ultra variado consoante os Länder e que por vezes pessoal nativo tem mesmo dificuldade em entender certos sotaques mais cerrados. Deve ser um pouco à moda dos nossos Açoriano e Madeirense.

Por falar em alemão, ontem peguei neste livro que a minha mãe tão carinhosamente enviou de Portugal e que, por ter a mesma bonecada que o seu irmão inglês, tantas boas recordações me despoletou:


É um livro extremamente banal, de uma edição já com 20 anos e semelhante a dezenas de outros dicionários com imagens que para aí abundam, com as palavras organizadas por temas. Mas eu cresci com o seu irmão inglês, igualzinho:


e nem consigo começar a descrever as vezes que eu folheei este livro, as cópias que fiz das palavras, as histórias que eu inventava com cada imagem da cidade, dos animais, das férias, da família, as vezes que eu brinquei à professora e alunos, o velhinho e gasto que ele está. De maneiras que revisitá-lo mas em versão alemã só abona para a minha motivação de aprendizagem da língua germânica.

Eu já tinha sido alertada mas depressa constatei que a língua alemã é estupidamente divertida na sua construção de palavras. Assim, e recentemente, fiquei a saber que uma luva é um sapato para a mão (Handschuhe), ou que trocos são dinheiro pequenino (Kleingeld), ou que o hospital é a casa dos doentes (Krankhaus), ou que o frigorífico é o armário do frio (Kühlschrank), ou que - e esta é a minha preferida até agora - uma tartaruga é um sapo com escudo (Schildkröte). Por vezes também descubro umas palavras inesperadamente semelhantes a portuguesas, como o quése (Käse), o duche (Dusche), ou o cábél-iau (Kabeljau). As semelhanças com o inglês então são tantas que nem vale a pena alencar. É por isso que isto de aprender línguas faz-me sentir que pertencemos todos a uma grande, antiga e barulhenta família.

Não tenho nenhuma conclusão para este post, a finalidade era mesmo só cismar nuns pensamentos soltos sobre sotaques e palavras alemãs que andavam a rodopiar na minha cabeça. E constatar mais uma vez quão fascinante é o mundo das línguas.







S. 

domingo, 10 de novembro de 2013

Já oiço os sinos a dobrar

Da minha lista de Ano Letivo Novo até ao Ano Novo:

- É mesmo desta que vou recomeçar a minha aprendizagem do alemão. 

- Em dezembro vou correr nove quilómetros numa hora. 

- Antes de 2013 acabar, terei a minha candidatura a doutoramento completa. 

- Terei acabado de ler o European Feminisms 1700-1950.

- Terei acabado o meu primeiro curso da Coursera.  

- Terei aprendido a gostar de mais um legume cru. . 

- Terei visitado Bruges. 

- Conseguirei acompanhar um episódio de uma série qualquer dobrada em francês sem fazer cara de nojo.

Adivinhem qual completei hoje mesmo e que me deixou com um sorriso gigante. 10k. 54 min. O meu corpo continua a surpreender-me. Máquina linda, pá. Agora venham os 15k e o cumprir de um sonho que eu nem sabia que tinha:

 
Correr a corrida da minha terra no próximo abril.



S.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Mantra: "É já no sábado, é já no sábado, é já no sábado"

Nestas duas semanas de stress e trabalho acrescido, muito eventful, só tenho tido isto a ocupar o resto do cérebro que não estava devotado ao tal trabalho acrescido:


É amanhã que os vou ver pela primeira vez ao vivo, após um susto do caraças porque desataram a cancelar concertos no início desta semana devido a uma laringite do senhor Turner, após vários anos de espera, numa sala de espetáculos como deve ser e com duas horas de concerto como mereço.

É caso para dizer: FINALMENTE.

Muito poucas coisas me tiram do sério e me metem estrelas nos olhos (neste caso, nos ouvidos) por isso as que fazem é porque me valem mesmo mesmo mesmo a pena.



S.