quinta-feira, 31 de maio de 2012

Trocando isto por miúdos

Foi perguntado a crianças pelos países europeus o que era para elas a Europa (eu tive uma disciplina inteiramente devotada ao tema durante a licenciatura, chamada "História da Ideia de Europa", e ainda não sei) e que a desenhassem.

O resultado foi uma maravilha misteriosa de pinturas com as mais variadas coisas desenhadas que se pode imaginar. A exposição encontrei-a eu por acaso, num cantinho do Parlamento.


Gostei de ver como há lugares-comuns que são inevitáveis e conceitos partilhados por crianças portuguesas e húngaras: a Itália tem forma de bota e a Sicília de bola, quão docemente previsível é isto? Já a melancia na Grécia confesso que me deixou baralhada... E o barco ali na heartland do continente, idem.


O recreio europeu das crianças britânicas. Gosto do pormenor de algumas estarem a dar as mãos.


O das crianças portuguesas estava um abuso!... Olhem-me para aquele mapa perfeitinho e aquele Galo de Barcelos todo engalanado!


Quando me deparei com o desenho das crianças finlandesas, confesso que fiquei uns bons 5 minutos a admirar e a tentar decifrá-lo. Consiste, portanto, num castelo, com a bandeira finlandesa hasteada, e com crianças lá dentro a acenar adeus a um boneco de neve gigante cá fora. Tudo branco...

Ora, o branco facilmente se associa à neve. Mas é tudo o que consigo decifrar. Acho que a chave aqui é o ato de dizer adeus... Mas a um boneco de neve?? Que será ele? Sugestões aceitam-se.


As crianças belgas, para mim, levam a bicicleta. Temos pássaros de todas as cores e feitios, segurando no bico uma bandeira nacional e portanto representando os diversos estados-membros. Em moldura a toda a volta temos a palavra em várias línguas que melhor representa o cerne, a verdadeira essência da UE: PAZ.


Cheguei ao escritório ainda com largo sorriso de orelha a orelha.

Deixo aqui o mapa mais completo com os símbolos que representam cada país. Desafio-vos a comparar com as vossos próprios estereótipos :D. Bate tudo certo!





S.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ele há coisas... #14

Bruxelas providenciou-me um novo jogo: em vez de "Onde está o Wally?", o "Onde está o Lápis?"


Na varanda, como que a abrir uma janela 



Na porta da garagem, a empunhar uma espada-lápis 



Na... er... não sei bem o que isto é (uma janela tapada com tijolos?)


Estou com fé que hei-de encontrar mais. É só manter a pestana bem aberta.



S.

domingo, 27 de maio de 2012

Ele há coisas... #13

Antes de chegar a Bruxelas, já levava bem conservada na mente a informação de que a Place Flagey é o eixo da comunidade portuguesa na capital belga. 

Por coincidência, acabámos por arranjar casa relativamente perto. Por isso mesmo, a Place Flagey é lugar frequente de passeatas ou recados (o nosso posto de correio é ali). Os olhinhos vão sempre abertos tentando descobrir nomes de serviços, lojas, cafés, restaurantes, que denunciem a presença lusa intensa à volta daquele local. Três já conseguimos enumerar: um bar chamado "Pessoa", um restaurante de nome "Casa do Bacalhau", e um café entitulado "Vitória".

Ali perto, descobrimos uma loja de produtos portugueses que nos fez brilhar os olhos sob a perspetiva de bacalhau, polvo, e outras iguarias com cheiro a Portugal sempre que as saudades apertem mais forte. 

A aproximação do Euro 2012, coincidente com o Dia de Portugal (que já tem sardinhada e bailarico agendado aqui em Bruxelas!), faz-nos acreditar que a presença portuguesa em Bruxelas vai-se fazer notar em toda a sua plenitude daqui a duas semanas.

Até lá, essa presença vai sendo já descortinada:





S.

sábado, 26 de maio de 2012

Ele há coisas... #12

O calor chegou à nossa rua. E eu, pela primeira vez, coincidência ou não, noto que uma bandeira belga ondula alegremente numa das varandas vizinhas.


Isto não seria uma observação tão peculiar se os belgas fossem dados a nacionalismos, o que não são. De todo.



S.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Canela bebível

Em Caen, encontrei uma daquelas lojas que me aquecem o coração:


Uma loja de chás. Depois da Twinnings, que, como amante de chás, frequentei regularmente quando vivia para lá da Mancha, a Chocolathés. 

Estava eu maravilhada a olhar pela montra para toda a panóplia de jarros e potes com chás de diferentes sabores, quando noto numas embalagens de Kusmi, o meu chá de chocolate. Em menos de um segundo abria a porta (que fez um delicioso "plim", como nas lojas antigas) e estava lá dentro à procura do chá Kusmi de canela, que, a avaliar pelo de chocolate, pensava eu ser imperdível.

Kusmi Cinnamon não tinham mas chá de "Cánéle" havia com fartura. Sim senhora, também serve. É comprado aos 100g de cada vez, pesado e posto num saquinho de papel muito catita, com o nome - lá está - Canelle, escrito, não vá o cheiro intenso a canela que aquilo exala me confundir e pensar que é chá de limão. 

Quando vi que aquilo era vendido aos 100g fiquei um bocado apreensiva pois parecia-me carote. Mas quando vi o senhor a encher a embalagem e que 100g era muito chá relaxei e apetecia-me era passar ali umas boas horas a cheirar chás e a tentar descortinar quais gostaria de experimentar. Mas a excursão às Praias não esperava por nós e portanto tive de me contentar com o de "Cánéle".   


Ainda só provei duas vezes, por isso a minha opinião ainda não está formada... Mas ainda não estou verdadeiramente impressionada. A primeira vez acho que pus pouca quantidade no filtro, infundiu pouco. A segunda esteve melhor mas ainda assim não é tão bom como o de chocolate... A ver vamos se é falta de técnica ou de gosto.




S.


P.S. Facilmente se depreende que este post foi um pretexto fraquinho para eu mostrar que aprendi a fazer gifs.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Normandia, a saborosa

Finalmente, um sítio onde se come bem!


Diz que é uma Ilha Flutuante. O que fomos descobrir...

Clássicos profiteroles

Frango assado (ainda assim a coisa mais cocó que comemos. Não há frango assado como o português...)

A melhor pizza da vida. Tinha natas, ovo estrelado, queijo Camembert, batata e bacon. A minha barriga ía explodindo.

Escalopes de perú à Normando (no fundo, bifinhos com cogumelos)

Uma comida que começa com Bis... Bistrosse ou Bistrot. Era bom, pronto.

Jambom (do bom)

Macarrons gigantes de todas as cores

É veau... Que eu ainda não me dei ao trabalho de ir ver mas acho que é carneiro

Ainda estou com água na boca dias depois das minhas papilas gustativas terem voltado a sorrir (bonita imagem mental). Vivendo numa cidade ridiculamente cara e cuja gastronomia se resume a batata frita com maionese por cima, quase chorei de alegria por estar numa terra com comida variada, cozinhada com cuidado e imaginação e sem se pagar este mundo e o próximo por ela.

Graças à guia que nos levou às Praias, ficámos a saber que as vacas da Normandia são muito boas para leite e a sua carninha é da melhor que há, consequência de terem erva fresca todo o ano (a chuva constante daquela terra havia de ter uma vantagem). Também graças a esta normanda muito entusiástica pela sua terra natal, ficámos a saber que na Normandia não se produz vinho (demasiado frio) mas maçãs há com fartura. Daí que a bebida regional seja a Cidra de Maçã, que tem de ser bebida após 15-20 anos de maturação sob pena de se apanhar uma piela ao primeiro gole. Enchi-me de coragem e numa das refeições pedi uma garrafinha. Molhei o bico e não gostei (para variar). O D. diz que sabe a cerveja. Eu acredito.


Também com maçã provámos um gelado, esse muito bom. Tinha um creme chamado Beurre du Sucre, maçã quente caramelizada, caramelo líquido, chantilly e uma bola de gelado. Que maravilha, senhores!... O objetivo agora seria o de tentar imitar, mas isso era preciso paciência para a culinária, que é coisa que não abunda por estes lados.




S.

sábado, 19 de maio de 2012

Normandia, a sagrada

Os últimos dias têm sido de elevada dose de maravilhamento. Por isso mesmo, tem sido difícil pôr o que vai nesta cabeça em palavras coerentes. E, verdade seja dita, sou daquela espécie de gente que acha que muita coisa boa é mau sinal e que não se deve falar dela, pois está-se sempre à espera que a vida nos pregue uma grande partida e aconteça uma desgraça qualquer para equilibrar. "Ah-ha! Enganei-te!", é o que se desconfia que mais tarde ou mais cedo nos diga a vida.

Mas o maravilhamento mais recente pode ser falado porque já está feita a experiência e essa ninguém me tira. Maravilhamento esse que se chama Normandia e tem cheiro a 1944, mais precisamente o dia 6 de junho.

Esta era uma viagem que me estava a moer a parte de trás da cabeça (que é onde se guarda os desejos, acabei de inventar confirmar cientificamente): visitar a Normandia e as praias onde se deu o desembarque das tropas Aliadas no tão afamado Dia D. Não é uma viagem típica, exótica ou particularmente glamourosa. Mas faz parte do meu fascínio com os pontos de viragem que tornaram a Europa no que ela é hoje. E o que a Europa é hoje, a muito deve à Segunda Guerra Mundial.

Aquelas praias gritam "Liberdade" muito mais do que qualquer sítio que conheço. Conhecendo-se a História e tendo-se uma guia que aviva a memória, explica os pormenores intricados da estratégia e que conhece cada cratera de bala como as linhas da palma da sua mão, é só deixar a imaginação voar e quase conseguimos ver as silhuetas dos navios Aliados ao fundo, ouvir os gritos alemães em terra e os soldados americanos, britânicos e canadianos a pisar solo europeu pela primeira vez desde 1940 para libertar uma Europa temente sob o jugo alemão. Se esforçasse a vista como deve ser, estava certa que conseguiria ver a costa inglesa do outro lado do Canal... (não consegui, não é assim tão perto)

Fiquei a conhecer pormenores deste fatídico dia 6 de junho de 1944 que me fizeram compreender realmente o quanto na guerra é improviso, cabeça fria e boas decisões. Que apenas metade se deve a uma boa, planeada ao milímetro, estratégia, e que o resto está nas mãos do acaso.

Ondas de gratidão invadiam-me à medida que pisava estes lugares e que pormenores eram desvendados dos quais uma pessoa ou não faz ideia, ou não significam grande coisa revelados numa sala de aula. O mar de cruzes brancas que é o Cemitério Americano é um bom exemplo; vastidão de cruzes e cruzes, polvilhado de estrelas de David aqui e ali, nunca um local me conseguiu inspirar tanto respeito e horror como aquele.

Gratidão e maravihamento (não me ocorre melhor palavra em português para descrever isto) perante aqueles milhares de seres humanos que deram a vida por uma causa que não era a deles, que não tinha que lhes dizer respeito, que não lhes tocava pessoalmente. Dar a vida, literalmente, para que o resto do continente pudesse respirar livre. Só me apetecia ajoelhar, rastejar naquele solo tão fortemente carregado de simbolismo, e em toda a humildade agradecer a estes desconhecidos terem dado as suas vidas para que a Europa que conheço hoje possa existir. 

Há lugares sagrados, de facto. Um deles é a costa da Normandia. Não creio que os nossos outros companheiros de viagem, todos americanos e com mais de 50 anos, tenham compreendido por que estávamos naquela excursão. "São estudantes de História?" Não, senhora. "Então e que papel teve Portugal na Segunda Guerra Mundial?" Neutro. A razão do nosso interesse permaneceu um mistério para eles. 

Porque grande parte das pessoas que ingressam neste reconhecimento das praias da Normandia são americanas. A História do seu país liga-as àquele local, compatriotas seus morreram e mostraram bravura sublime ali, quem sabe alguns familiares seus também. Agora, nós, dois portugueses jovens, sem nenhum vínculo nacional ou familiar que nos ligasse ali, o que nos motivava? Além da curiosidade aguda de duas pessoas profundamente fascinadas pela Segunda Guerra Mundial, há uma outra razão: uma razão chamada Europa. Porque eu não sou só portuguesa, sou europeia. E a minha educação como europeia passa pelo reconhecimento dos locais que fazem a minha terra ser Europa, mesmo que tenham ocorrido a milhares de quilómetros do pedaço de terra retangular a que chamamos Portugal. Ali, a nossa europeanidade sobressai, explícita quando pensamos "Uau, a quantidade de americanos que morreram para nos libertar", ao invés de "Uau, a quantidade de americanos que morreram para libertar os franceses". 

A identidade é uma coisa engraçada.

A peregrinação acabou. Amanhã partiremos para algo mais descontraído mas que vai elevar o pico do maravilhamento a níveis impossíveis (assim o espero). O Mont Saint-Michel espera-nos. 




S.

domingo, 13 de maio de 2012

Brincar às Uniões Europeias

Fiquei contente por, apesar de estudá-la à exaustão, trabalhar nela diariamente e escrever artigos todas as semanas sobre a mesma, descobrir que me consigo entusiasmar pela União Europeia como quando ainda era um sonho longínquo. Entusiasmar-nos que nem uma criança com o nosso trabalho só pode ser o prelúdio de uma relação saudável com a parte profissional da nossa vida :)

O mapa onde assinalámos, com uma moeda de 1cêntimo a nossa terra natal

Não é todos os dias que se tem a vista do outro lado... (Parlamento Europeu)

Porque 2012 é o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo


A cadeira lusitana no Conselho de Ministros


 O segundo país a receber mais fundos europeus, logo a seguir à Espanha...

A parafernália de posters para pendurar na parede ("Growing Stronger Together", indeed)




S.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ele há coisas... #11 (HP ALERT)

Entretanto, numa montra não muito longe de casa:



Isto são VARINHAS MÁGICAS à venda!



 As varinhas mágicas dos protagonistas



 Mas isto, isto foi o topo. É o MARAUDER'S MAP, pelo amor de Deus!!


Um time-turner :')


E, como não podia deixar de ser, uma vassoura mágica!


Objetos que eu nunca tinha visto em forma física, apenas imaginado através de poderosas descrições daqueles livros. Muitos dos objetos desta montra aparecem apenas no último livro, o único que só fui capaz de ler uma vez. Ainda assim, o reconhecimento foi total e inegável.

Está mais que visto que nunca vou deixar de sentir atração e fascínio por este mundo. Se isso significar olhos brilhantes e comoção ao ver um par de varinhas ou uma snitch dourada numa montra de uma livraria em Bruxelas, não me vou queixar.



S.

Lavandarias são (demasiado) públicas

O facto de não termos máquina de lavar roupa faz com que a visita à lavandaria, ou melhor, à loja de lavar roupa, seja frequente.

Leva-se a roupa numa mala de viagem, mete-se dentro da máquina com o detergente, enfia-se a ficha e a máquina começa a fazer o seu trabalho (e não, não é preciso separar roupa branca de roupa escura, isso é o maior mito existente sobre a vida doméstica). Normalmente volta-se para casa ou dá-se um passeio e volta-se lá dentro de uma hora para ir buscar a roupa lavadinha.

No outro dia coube-me a mim ir buscar a roupa lavada. Pela primeira vez, depois de ter presenciado roupa a secar naquelas máquinas industriais, acalmei o receio de roupa encolhida (esse sim, não é mito) e meti a roupa molhada toda lá para dentro de uma dessas máquinas gigantes. Aquilo é tirar à mão-cheia de uma máquina e enfiar dentro da outra (atenção que este pormenor é importante).

Sim senhora, em 10 minutos a roupa ficou enxuta, toca a enfiar outra vez dentro da mala e ala para casa (de notar que eu tinha entrado, há meros 20 minutos, com um sol radioso, e quando saí chovia a potes. A surpresa face a estes caprichos climatéricos vai sendo cada vez menor...).

Chego a casa, começo a tirar a roupa da mala, a dobrar tudo muito dobradinho, quando pego numa peça de roupa estranha, arregalo muito os olhos e grito "Isto não é meu!"

E que peça era essa? Nada mais nada menos que um fio-dental branco, transparente e às rendinhas, que tinha viajado muito sossegadinho entre o resto da nossa roupa.

O primeiro pensamento foi "EEW!". O segundo veio imediatamente, em forma de pergunta "E agora que raio é que eu faço a isto?"

Várias hipóteses se me afiguraram:

a) Fica para mim;

b) Volto à loja de lavar roupa, meto-o em cima de uma máquina, e quem for o dono que se acuse;

c) Livro-me dele imediatamente, nomeadamente metendo-o no lixo.

A a) acho que nunca foi verdadeiramente opção... Apesar de eu ter a certeza que aquilo estava lavado - vinha junto com a minha roupa lavada, mais certeza não podia ter - continua a ser nojento. É de outra pessoa qualquer, sei lá onde é que aquilo andou (quer dizer, saber sei, aí é que está o problema). Mas a c) também não me parecia muito bem... Se eu deixasse uma peça de roupa esquecida na máquina ía gostar que quem achasse me a devolvesse. Aquilo podia ter algum valor sentimental, sei lá. Mas o facto é que eu tinha acabado de vir a pé do trabalho, continuava a chover a potes, estava cansada e tinha fome, e não me apetecia muito voltar lá para meter o fio-dental em cima de uma máquina à espera do dono. E ficar com aquilo ali durante mais de uma semana até ser dia de lavar roupa outra vez... Não me parece. Daí que tenha ido direitinho ao lixo.

Aprendi a lição e a partir de agora vou sempre dar umas valentes voltas ao tambor da máquina antes de meter a minha roupinha a lavar e retirar tudo o que estiver a mais. Não me apetece levar com roupa interior alheia outra vez.





S.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Karma strikes back - Parte 283756

Mais cedo eu admitisse que os policy jobs na UE já não me dizem muito, mais cedo me aparecia uma oportunidade para ingressar num.

"Just to shake things up a bit", pensou o meu karma. Deve achar que a vida a que ele preside anda demasiado aborrecida, ou assim.

-.-'





S.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Ele há coisas... #10

Em Amesterdão, vi bicicletas de todos os feitios. O mais curioso são as formas que as pessoas inventam para transportar coisas, seja os filhos, a namorada, os papéis do trabalho, as compras. Esta é a forma mais usual para transportar filhos:


A bicicleta-carrinho-de-mão. Aqui não há desculpas para usar carro só porque se precisa de transportar bagagem, compras ou criançada. Já vi bagageiras de carros mais pequenas que esta caixa.




S.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

FCSH, assim você me mata

Eu já devia ter aprendido a não substimar as ironias com que o destino ou o karma ou o que quer que seja me gosta de brindar.

O ano passado, no Dia da Europa (o primeiro ano em que dei realmente importância a este dia), assisti do outro lado do Canal da Mancha e roidinha de inveja aos festejos a que a minha prima foi aqui em Bruxelas. As instituições europeias abertas ao público no único dia do ano em que isso acontece, os stands de mil e uma coisas alusivas à Europa, à União Europeia e aos diversos países que a constituem. Lembro-me da descrição pormenorizada das banquinhas de comida típica do país que na altura detinha a Presidência do Conselho (só não me lembro de qual...), das salas onde os ministros normalmente se reúnem, das cabines de interpretação, de toda a parafernália de objetos que a minha prima arrecadou, desde mapas a saquinhos e canetas com o símbolo da UE. Recordo a frustração de não ter podido participar, de jurar de que para o ano havia de marcar presença, e se não fosse para o ano seria outro qualquer, que o Dia da Europa em Bruxelas era coisa obrigatória para eu assistir antes de morrer. Depois tentava-me confortar com o pensamento "Assim como assim um dia vou trabalhar na Comissão e vou assistir ao Dia da Europa por dentro, conhecer aquelas instituições como a palma das minhas mãos, até vou enjoar o Dia da Europa, hmph!"



Pois. Um ano depois cá estou no Parlamento Europeu como estagiária e os cartazes do Open Day  abundam por todos os cantos da cidade. E eu estou muito feliz por ir, vou conhecer as outras duas instituições, vai ser bom ver o Parlamento todo animado para receber os cidadãos, estou ansiosa pelos joguinhos de cultura geral sobre a UE, por receber canetas, canecas, mapas, balões com as 15 estrelas sobre fundo azul, mostrar ao D. onde trabalho e entusiasmá-lo (ou aborrecê-lo, vá) com a minha nerdice europeia. Isto era, até há pouquinho.

Isto porque acabei de receber um e-mail (entre 11, seriously, que aquela mulher envia e-mails compulsivamente) da minha antiga faculdade em Lisboa com o ciclo de conferências que estão a preparar para o dia. E eu, curiosa, fui abrir. "Ora deixa cá ver como é que a FCSH vai honrar este dia." Ora, pois a FCSH não podia ter feito pior para mim:

---» A Construção da Europa no Feminino - A Participação da Mulher na Sociedade Europeia

---» Polis Europeia: Eurodeputadas, Género e Sentidos de Voto


Estão a falar a sério?! Um ciclo de conferências dedicado ao papel da mulher na União Europeia e eu sem poder ir?! Depois da larga confissão de há poucos dias de que não sei bem como encaixar igualdade de género no que eu espero seja uma carreira de investigação sobre a União Europeia?? Eu estive aí em Lisboa nove meses sempre sedenta de conferências, seminários, palestras sobre a coisa europeia e agora que me venho embora é que organizam uma, ainda por cima sobre mulheres?? Acho que este estúpido karma já foi longe demais.

E obrigada por estragares o meu entusiasmo pelo Open Day aqui em Bruxelas, FCSH.




S.

domingo, 6 de maio de 2012

Sobre a Democracia

Há qualquer coisa de fascinante em ouvir líderes políticos a conceder derrota. Digo isto sem qualquer ironia ou ponta de sarcasmo. É mesmo fascinante. O momento em que, após os resultados eleitorais desfavoráveis, admitem que perderam e concedem a vitória ao seu oponente é sobrenatural. Acredito que é nesse momento em que dão os parabéns ao seu adversário, no que geralmente se julga apenas um gesto de cortesia, que toda a democracia é legitimada. 

Não tinha de ser assim; o normal, aliás, ao longo da história e ainda por demasiadas partes do mundo, é não ser assim. Tudo na natureza humana, no poder que se estabelece entre os fortes e os fracos, tende para o absoluto e para a ditadura. Afinal, aquela pessoa no poder, que controla o Estado temporariamente e, potencialmente, a força das armas, tem que se afastar porquê? O stepping-aside voluntário é uma coisa tão recente, tão contrária à natureza do poder e por isso tão sublime que comove. É a personificação mais completa do respeito pela vontade do povo.





S.

sábado, 5 de maio de 2012

O Amor é um Jogo de Lazers (soa mal em português)

Ultimamente não tenho ouvido muita música. Não sou nem nunca fui daquelas pessoas que dizem que ouvem música a toda a hora ou que não conseguem viver sem música; eu passo muito bem sem ouvir canções durante dias a fio.

Mas de vez em quando lá se descobre uma música de que se gosta especialmente e não se consegue parar de ouvir. Há seis meses estava na fase do "Vou levar-te à América", passei por um período em que andava obcecada por "Nothing Else Matters", tudo isto intervalado por músicas da única banda que me fascina realmente - os Arctic Monkeys - e a única que sonho ainda ir a um concerto.

O que é engraçado é quando por vezes um excerto de uma música sai lá dos recônditos da memória e se instala no nosso consciente, repetindo sem parar. E são quase sempre músicas aleatórias, que já não ouvimos há meses ou mesmo anos (para não falar das músicas que odiamos e que se prendem aos miolos como pastilha elástica). 

É por isso que hoje dei por mim a ouvir músicas dos Milénio no Youtube... Sim, Milénio, a minha boyband da pré-adolescência, que obsessão era aquilo, meu deus! Eu tinha - ainda tenho, aliás - um dossier que a minha prima me ofereceu num aniversário com todos os recortes da Bravo e Super Pop que foi humanamente possível arranjar, mais os posters deles. Estava tudo ali. Reconhecia as vozes de cada um nas músicas (especialmente a do dos olhos verdes, ai Jesus, o fraquinho que eu tive durante meses e meses!), sabia as suas comidas e cores favoritas, de onde eram, a idade, etc, etc. Hoje acho que nem os nomes dos membros dos Arctic Monkeys eu sei, só o do vocalista...

Pronto, mas esta conversa toda como pretexto para eu deixar aqui o meu novo vício musical, envergonhando-me pelo caminho:



Oooops, não era esta, que parvoíce, já passei a minha fase das boybands, hahaha (risinho nervoso; engolir em seco), não não não, a que eu ando mesmo viciada é nesta:

Love is a Laserquest - Arctic Monkeys


And do you look into the mirror to remind yourself you're there?
Or have somebody's good-night kisses got that covered?



S.


P.S. - Só mais uma observação, como é que eu só há pouco tempo é que descobri que a música "My Way" do Frank Sinatra é uma das melhores canções jamais escritas? E porque é que o "Moves Like Jagger" cola-se ao meu cérebro e eu não consigo parar quieta quando a oiço? Podem os dois estar na mesma playlist ou é demasiada blasfémia?

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Economia para totós


Isto é bom demais para não ser partilhado. Baseado nisto.

Socialismo
Tens 2 vacas. Dás uma vaca ao teu vizinho.

Comunismo
Tens 2 vacas. Vem o Estado, tira-te as vacas e dá-te algum leite.

Fascismo
Tens 2 vacas. Vem o Estado, tira-te as vacas e vende-te o leite.

Nazismo
Tens 2 vacas. Vem o Estado, tira-te as vacas e dá-te um tiro.

Burocracia
Tens 2 vacas. Vem o Estado, tira-te as vacas, mata uma, ordenha a outra e deita o leite fora.

Capitalismo Tradicional
Tens 2 vacas. Vendes uma e compras um touro. A tua manada multiplica-se e a economia cresce. Vendes a manada, reformas-te e vives dos rendimentos.

Capitalismo Americano
Tens 2 vacas. Vendes uma e forças a outra a produzir o leite de 4 vacas. Mais tarde, contratas uma consultoria para analisar porque é que a tua vaca de repente esticou o pernil.

Capitalismo Francês
Tens 2 vacas. Fazes greve, organizas manifestações e bloqueias as estradas porque queres 3 vacas.

Capitalismo Japonês
Tens 2 vacas. Redesenha-as para terem 1/10 do tamanho de uma vaca normal e para produzir 20 vezes mais leite.  A seguir crias um desenho-animado todo fixe chamado “Vacakimon” e vende-lo por todo o mundo.

Capitalismo Alemão
Tens 2 vacas. Redesenha-as para elas viverem 100 anos, comer uma vez por mês e ordenharem-se a si próprias.

Capitalismo Italiano
Tens 2 vacas, mas não sabes onde elas estão. Decides ir almoçar.

Capitalismo Russo
Tens 2 vacas. Conta-as e concluis que tens 5 vacas. Conta-as outra vez e concluis que tens 42 vacas. Conta-as outra vez e concluis que tens 2 vacas. Decides abrir mais uma garrafa vodka.

Capitalismo Chinês
Tens 2 vacas. Tens 300 pessoas a ordenhá-las. Afirmas que tens pleno emprego e elevada produtividade bovina. Prendes o jornalista que diz o contrário.

Capitalismo Indiano
Tens 2 vacas. Venera-as.

Capitalismo Britânico
Tens 2 vacas. Estão ambas loucas.

Capitalismo Iraquiano
Toda a gente pensa que tens muitas vacas. Dizes que não tens nenhuma mas ninguém acredita e bombam-te o país todo. Continuas a não ter vacas mas ao menos fazes parte de uma democracia.

Capitalismo Neo-Zelandês
Tens 2 vacas. A vaca do lado esquerdo está a mandar cá um charme...

Capitalismo Australiano
Tens 2 vacas. O negócio parece-te correr bem. Fechas o escritório e vais beber umas cervejas para celebrar.




Favoritos?





S.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Ele há coisas... #9

Em Amesterdão, visitámos o Bairro Judeu. Em grande parte porque tínhamos visto assinalada no mapa uma Sinagoga Portuguesa e queríamos ver o que era aquilo. 



É uma Sinagoga que foi construída no século XVI por judeus que emigraram da Península Ibérica para Amesterdão, devido à simpática Inquisição e à ordem de expulsão dos judeus que D. Manuel I deu entretanto (tinha um professor na licenciatura que dizia que esse tinha sido o pior erro na História portuguesa, o que me intrigou bastante). Uma rápida pesquisa no site da Sinagoga revelou que os descendentes destes judeus ibéricos formaram a maior comunidade judaica da Holanda!

Mas a observação que venho partilhar é outra.

Mais abaixo, num parque do Bairro Judeu, encontrámos este monumento ao Holocausto:



Confesso que entrámos ali na esperança de haver um banquinho para nos sentar e que a lama que cobria os existentes quase me fez soltar num pranto (tínhamos mochilas às costas com uns 7kgs. E estávamos a andar há várias horas). E foi assim que descobrimos isto. "Olha, um monumento ao Holocausto!", disse eu. E depois pensei "Francamente, já partiram isto tudo, olha para aquele vidro, todo rachado, já não há respeito por nada, hooligans do caraças!..."



Só quando me decidi a ler a descrição que acompanhava o monumento é que percebi: era de propósito (sempre muito perspicaz, aqui a menina). A intenção era a seguinte: o Holocausto foi um crime tão terrível na História da Humanidade que parece impossível que o mundo continue como sempre o fez - o sol a levantar e a pôr-se todos os dias, os passarinhos a cantar, etc. Por isso, o artista quis fazer algo para furar esse equilíbrio. Dizia então que, ao colocar ali aquele vidro rachado, pelo menos um pedaço do céu não seria nunca mais refletido de forma inteira, de forma una. E eu achei isto de um simbolismo magnífico...



S.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O futuro é um lugar estranho

Por cada post de observações, de aleatoriedades, de constatações mais leves, há sempre um mais sério que guardo para mim. As dúvidas existenciais são mil vezes mais profundas, provavelmente mais interessantes (para amigos e família, claro), são o triplo do tamanho, mas são infinitamente mais difíceis de escrever. Afinal, não é fácil ser eloquente quando nem nós próprios sabemos o que pensar.

Há um ano estava aqui, neste preciso ponto e com estas mesmas angústias de "o que fazer agora?". As semelhanças são tantas que parece que estou a viver um dejá vu. Estava a acabar uma coisa em que me tinha metido (antes mestrado; agora estágio), enviava currículos atrás de currículos sem obter resposta, encontrava-me num país que não era o meu e as intenções de ficar eram abaladas pela não perspetiva de sustento futuro. O regresso a Portugal estava lá, como plano Z que foi subindo as letras do alfabeto, devagar mas certo, até se tornar o plano A. Terá Bruxelas o mesmo desfecho que Londres? Um mantra repetia-se na minha cabeça "E agora? E agora? E agora?" - desta vez, porque ainda (ou só?) faltam três meses é um "E a seguir? E a seguir? E a seguir?".

Mas depois esforço-me por respirar fundo, largar a preocupação de uma coisa que está fora do meu controlo, e olho para trás. Não, não saltando este último ano para onde me encontrava no início de maio de 2011, mas para o que fiz desde aí e o que me trouxe aqui. O estágio na APAV, a minha primeira verdadeira experiência de trabalho, o estágio que me fez até ansiar por regressar a Portugal, no meio do desânimo que foi desistir do sonho londrino. O que vi e aprendi e o primeiro contacto prático com a UE. As pessoas inesquecíveis que conheci. Desconfio que esta experiência foi a grande responsável pelo sucesso da minha candidatura ao Parlamento Europeu, à realização do meu sonho de trabalhar nas instituições europeias, e se não fosse também por tudo o resto, só por isto a APAV teria a minha gratidão eterna. O projeto de base de dados dos deputados britânicos. O curso sobre o Tratado de Lisboa à noite, na Clássica, que me fez agradecer a todos os anjinhos o facto de ter entrado antes na Nova. Mas que ainda assim me foi muito positivo. As aulas de Inglês aos miúdos, xii... as aulas! O respeito monstro que ganhei por professores a tempo inteiro. O artigo académico que publiquei. Os artigos semanais para a Next Europe, que continuam.

É preciso que esta enumeração substitua o mantra do "E a seguir? E a seguir? E a seguir?" para que eu me lembre do que fiz num ano e no que posso voltar a fazer em mais um. Para acalmar o espírito controlador do destino e do "Para onde? Para onde? Para onde?" e assegurar-me de que, seja onde for que tenha de ir, lá chegarei. Daqui a um ano estarei noutro sítio qualquer a fazer algo que de certeza ainda não faço ideia do que será. Mas as peças irão encaixando, porque é mesmo assim a vida.

Avisaram-me que seria assim, este par de anos a seguir ao término dos estudos. Aliás, continuam a avisar. Entre todos nós, estagiários, vindos de percursos diferentes e de nacionalidades diferentes, uma coisa nos é comum: este não é o primeiro estágio. Para muitos de nós, não será sequer o último. Alguns andam nisto há muitos anos, (demasiados), outros ainda lhe estão a tomar o gosto (muito cedinho ainda). Para alguns, o peso dos sucessivos estágios já chegou ao limite, outros estão agora a começar a experimentar o aborrecimento da vida constantemente temporária. Posto assim em perspetiva, sei que não posso ainda descartar a hipótese de novos estágios nem exigir já um emprego permanente e remunerado. Mas a mesma pessoa que avisou que estes dois anos iriam ser assim também disse algo que eu memorizei e guardei para futuro uso: "You're worth a salary". Chegará o dia em que eu terei de dizer "basta", se não for o emprego a chegar primeiro.

Estas são as agrúras normais e esperadas de quem atingiu a maioridade laboral no meio de uma crise sem precedentes nos últimos 80 anos. Mas há uma dúvida insinuosa, mais incómoda e mais existencial, que torna a incerteza de trabalho futuro mais aguda. Ela prende-se com o desencanto de um sonho, um bocadinho à imagem do desencanto pela América mas não completamente... Porque este não é o desencanto pela UE em si, é antes o desencanto por um trabalho dentro da mesma. E custa admitir, oh, se custa! Persegui este objetivo durante anos, como não há-de custar confessar que talvez não seja bem isto que eu quero fazer?

Escrever isto aqui torna-o mais definitivo. Está cá fora, foi partilhado, não pode ser ignorado. Não é o encerramento do fascínio pela UE, de todo. Mas é o encerramento das ilusões sobre um policy job dentro da UE. Entretanto, a Europa mantém-se um objeto de fascínio para o estudo. E agora, o doutoramento, relegado para o segundo plano da minha mente, começa aos pulos efusivos porque até ele já percebeu, ainda que eu tenha demorado a admitir, que fará parte da minha vida a curto-prazo.

Porque o que me faz mesmo feliz, no que eu sei que sou mesmo boa e que se tem mantido uma constante na minha vida e especialmente neste último ano, é escrever. Debitar palavra no papel, traduzir, rever, editar. Partilhar, seja histórias, seja observações, seja notícias sobre a Europa, seja argumentos para defesa da igualdade de género, seja a construção de artigos sobre estudos de caso, devidamente apoiados por investigação científica. É o único meio em que me sinto à vontade para partilhar e o consigo fazer eficazmente (má, tão má no debate em falatório, credo). As experiências do último ano vieram certificar e selar a certeza do que eu acho que desde sempre soube. Tenho muito que aprender, pois claro que tenho. E muito curso avulso que tirar para sistematizar algo que apenas faço amadoramente. Mas é um percurso no qual me vejo a gostar realmente do que faço, diariamente.

Escrever, seja em forma de artigos seja em pesquisa académica, dar-me-ía outra coisa que eu tenho vindo a valorizar cada vez mais: a gestão autónoma do meu tempo. Os múltiplos projetos do último ano habituaram-me a tal. E, mais importante, fizeram-me ver que é possível. Era voluntária em dois projetos britânicos e nunca desde então pus o pé em solo londrino (graduation não conta). O escritório é irrelevante neste tipo de trabalhos, horário das 9h-17h, idem. 

Por isso, é com o coração um pouco mais leve desde o início deste post - blog catártico, é o que isto é - que eu confesso: o meu nome é S. e o meu futuro já não está nas instituições europeias diretamente, mas na escrita, jornalística e/ou académica. Assim, no máximo que me é possível antever, acho que serei feliz profissionalmente.






S.   

P.S. - E agora meter aqui no meio disto tudo os direitos das mulheres e a igualdade de género, coisa que me toca cada vez mais e me estimula o intelecto? Argh... Fica para outro dia, que neste pedaço de escrita esgotei as confissões todas para um mês!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Ele há coisas... #8

Não bastava o meu enamoramento geral com Amsterdão, tinha de lá ter visto isto:


Isso mesmo, um carrinho elétrico a carregar a bateria. Neste ponto acho que devo ter mesmo dado um grito de alegria e surpresa; já tinha visto vários pontos de carregamento, em Londres, Lisboa e Faro, mas nunca um carro elétrico a carregar.



Sou adepta fervorosa de carros elétricos. Conheço bem as desvantagens destes automóveis - a pouca autonomia das baterias e a escassez de pontos de abastecimento, aliadas ao elevado custo dos mesmos ainda são grandes entraves à sua expansão - mas acredito piamente que são desvantagens normais para qualquer tecnologia recente e que com o aperfeiçoamento da técnica e com a massificação da produção irá chegar o dia em que estes meninos serão a norma. E eu mal posso esperar.



S.