sexta-feira, 11 de maio de 2012

Lavandarias são (demasiado) públicas

O facto de não termos máquina de lavar roupa faz com que a visita à lavandaria, ou melhor, à loja de lavar roupa, seja frequente.

Leva-se a roupa numa mala de viagem, mete-se dentro da máquina com o detergente, enfia-se a ficha e a máquina começa a fazer o seu trabalho (e não, não é preciso separar roupa branca de roupa escura, isso é o maior mito existente sobre a vida doméstica). Normalmente volta-se para casa ou dá-se um passeio e volta-se lá dentro de uma hora para ir buscar a roupa lavadinha.

No outro dia coube-me a mim ir buscar a roupa lavada. Pela primeira vez, depois de ter presenciado roupa a secar naquelas máquinas industriais, acalmei o receio de roupa encolhida (esse sim, não é mito) e meti a roupa molhada toda lá para dentro de uma dessas máquinas gigantes. Aquilo é tirar à mão-cheia de uma máquina e enfiar dentro da outra (atenção que este pormenor é importante).

Sim senhora, em 10 minutos a roupa ficou enxuta, toca a enfiar outra vez dentro da mala e ala para casa (de notar que eu tinha entrado, há meros 20 minutos, com um sol radioso, e quando saí chovia a potes. A surpresa face a estes caprichos climatéricos vai sendo cada vez menor...).

Chego a casa, começo a tirar a roupa da mala, a dobrar tudo muito dobradinho, quando pego numa peça de roupa estranha, arregalo muito os olhos e grito "Isto não é meu!"

E que peça era essa? Nada mais nada menos que um fio-dental branco, transparente e às rendinhas, que tinha viajado muito sossegadinho entre o resto da nossa roupa.

O primeiro pensamento foi "EEW!". O segundo veio imediatamente, em forma de pergunta "E agora que raio é que eu faço a isto?"

Várias hipóteses se me afiguraram:

a) Fica para mim;

b) Volto à loja de lavar roupa, meto-o em cima de uma máquina, e quem for o dono que se acuse;

c) Livro-me dele imediatamente, nomeadamente metendo-o no lixo.

A a) acho que nunca foi verdadeiramente opção... Apesar de eu ter a certeza que aquilo estava lavado - vinha junto com a minha roupa lavada, mais certeza não podia ter - continua a ser nojento. É de outra pessoa qualquer, sei lá onde é que aquilo andou (quer dizer, saber sei, aí é que está o problema). Mas a c) também não me parecia muito bem... Se eu deixasse uma peça de roupa esquecida na máquina ía gostar que quem achasse me a devolvesse. Aquilo podia ter algum valor sentimental, sei lá. Mas o facto é que eu tinha acabado de vir a pé do trabalho, continuava a chover a potes, estava cansada e tinha fome, e não me apetecia muito voltar lá para meter o fio-dental em cima de uma máquina à espera do dono. E ficar com aquilo ali durante mais de uma semana até ser dia de lavar roupa outra vez... Não me parece. Daí que tenha ido direitinho ao lixo.

Aprendi a lição e a partir de agora vou sempre dar umas valentes voltas ao tambor da máquina antes de meter a minha roupinha a lavar e retirar tudo o que estiver a mais. Não me apetece levar com roupa interior alheia outra vez.





S.

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