domingo, 26 de dezembro de 2010

1º Natal como dona de casa

Hoje é o dia de ressaca das festividades. Ressaca que nada tem que ver com álcool mas sim com o fim de dois dias de festa antecipados. Todas as festas têm o seu momento de ressaca, que normalmente envolvem limpar e arrumar todos os vestígios da mesma. De maneiras que fazer um feriado no dia a seguir ao Natal é inteligente.

O Boxing Day é também ao que parece um dia de saldos e compras em grande. Faz sentido: as lojas querem aproveitar para se livrarem do que não venderam para o Natal. Nunca vi tanta gente na High Street. É assustador. Nem nos dias anteriores ao Natal, que infelizmente tive de sair e misturar-me na confusão (prendas e compras de última hora...), havia tanta gente na rua.

Anyway, e como prometido, vou postar as fotos das iguarias que fiz para esta época festiva. Não foram muitas nem tantas como tinha pensado, mas contando que erámos só dois a desfrutá-las, ainda bem :).

 A primeira coisa que fiz foi a gelatina com leite condensado, uma sobremesa muito fácil de fazer e muito boa. Como tinha em casa carradas de caixas de gelatina, foi uma boa ideia para me livrar delas ao mesmo tempo que fazia uma sobremesa que apesar de não ser especialmente natalícia é sempre bem-vinda.



Os pacotes de gelatina eram muitos mas não eram variados, como dá para ver. Só tutti-frutti e ananás, o que fez uma sobremesa normalmente colorida apenas verde, lol. Não usei leite condensado mas sim leite evaporado (don't ask...). Claro que tive de pôr açucar, uma vez que o leite evaporado sabe a leite só, ao contrário do condensado. Ficou boa mesmo assim :).

Enquanto a gelatina ía ao frigorífico para solidificar fui fazendo o tão esperado eggnog, de longe a iguaria mais antecipada por mim este Natal. Leva uma quantidade enorme de ingredientes, estranho numa bebida, já que enquanto misturava as gemas e o leite mais as natas me ía interrogando 'Mas isto bebe-se?...'. O resultado foi uma bebida extremamente doce, parecido com pudim uma vez que leva baunilha, mas desenjoativa graças à canela e à noz moscada. Leva álcool, supostamente rum, mas preferi comprar um licor parecido com Baileys, porque me pareceu mais cremoso. Um erro talvez, porque a bebida em si já é bastante cremosa, não precisava de um lícor adicional. Muito bom mesmo assim.




Depois foram as rabanadas. Ora, estas deram-me um bocado de dor de cabeça. Não correram como eu queria. A explicação está no pão de forma cortado às fatias fininhas que comprei. Nada adequado a molhar no leite e no ovo; uma vez ensopadas as fatias partiam-se antes de chegar à frigideira. Outra razão para o fracasso é a minha inabilidade em lidar com frigideiras e óleo. É coisa que detesto mesmo. Tenho pânico que o óleo espirre para fora se estiver demasiado quente, o que resulta em nunca encontrar a temperatura ideal para fritar coisas. Tal ficou comprovado com as fatias douradas: algumas ficaram pouco douradas, outras demasiado escuras :/. Devia tê-las deixado mais tempo no papel absorvente também, estavam demasiado oleosas. Mas comi algumas, o que prova ou a minha grande fome na altura ou o meu grande sacrifício para não estragar comida :D.


Os crackers também não faltaram! Uma tradição um bocado estranha mas divertida. É suposto puxar uma pessoa de cada lado do cracker, aquilo depois dá um estalo e sai de lá uma prenda. Os nossos trouxeram cada um uma coroa de papel, mais um mini escorpião e um mini dinossauro de borracha. E um papel com uma mini piada/trocadilho. Tudo mini, claro está, os crackers são esses pacotes pequenos ao pé da fruta, não caberiam grandes presentes lá dentro!

A refeição da ceia de Natal teve de ser bacalhau claro está. Emigrante que é emigrante faz bacalhau no Natal, para lembrar as origens. Ora, o que se passa com os ingleses é que desconhecem completamente que o bacalhau como deve ser é salgado e seco. Ou seja, há muito bacalhau nos supermercados mas é fresco, como qualquer outro peixe (e sabe a qualquer outro peixe!). O que eu fiz foi descongelá-lo um dia antes e espalhar montes de sal em cima para que quando o cozinhasse ficasse parecido com o verdadeiro bacalhau. Resultou :). Cozi o bacalhau, as batatas e as couves (que surpreendentemente apareceram no Asda há uma semana, mesmo a tempo do Natal :) ), e de seguida levei ao forno, regado com azeite e com pão ralado por cima. Magnifique! Simples mas diferente e mais elaborado (e delicioso) que o tradicional prato de bacalhau e batatas cozidas.




No dia seguinte fiz o tradicional perú para o almoço. Claro que não comprei um perú enorme dos que cá há (somos só 2....) e para minha grande frustração também não encontrei perna de perú. Decidi-me por um pedaço do peito, já preparado para ir ao forno que me pareceu suficiente para os dois e suculento. Não me enganei. Apesar dos avisos maternos que o peito é sempre mais rijo que a perna, este pedaço de carne saiu extraordinariamente suculento e nada seco. Infelizmente só quando a barriga estava a digerir o dito cujo é que me lembrei que tinha faltado a foto ao bicho :(. Pele tostadinha e carne macia regada com um molho de margarina, limão e alho, fica a imagem mental :).

E pronto, assim me entreti nestes dois dias festivos. Um esforço para não esquecer a tradição, porque é destas pequenas coisas que a vida e a felicidade se constrói, e porque não pude estar com o resto da família o que, claro, foi estranho e traduziu-se num Natal mais sossegado e silencioso. Mas o Skype faz maravilhas e pudemos matar saudades enquanto saltávamos de casa em casa e falávamos com as respectivas famílias. Tradição, amor e calor humano não faltaram mesmo assim, nem o entusiasmo na abertura das prendas, e por tudo isto, orgulho-me muito :).


S.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Comida, enfeites e cartões do cidadão

Este ano decidi empenhar-me a fundo na preparação do nosso Natal. Vai ser a primeira vez que o vou passar fora de casa e longe da família, mas por outro lado, vai ser a primeira vez que o vou passar com o D. (pelo menos a véspera). E pela primeira vez tenho uma cozinha minha para preparar comidas e doces natalícios e uma casa para enfeitar :).

Este Natal e todas as coisas que o envolvem têm estado na minha cabeça desde pelo menos o início de Dezembro. Se bem que tenho a confessar que o espírito natalício só o apanhei verdadeiramente na 6a feira, quando fomos ao consulado português. A experiência em si não foi agradável... Algo que eu já suspeitava que iria acontecer. Ora, isto pode ser por uma de duas razões: primeira vez desde que aqui estou que entro em contacto com um bocado de 'Portugal' e todo o seu aparelho burocrático que deixa muito a desejar, ou por ter tido que conviver com burocracia no geral. Sim, perder um cartão de cidadão no estrangeiro, documento fundamental de movimento para fora (e para dentro) do país, não é uma experiência agradável. Ora, perdendo-o e voltando a encontrá-lo, só porque Londres tem um sistema de perdidos e achados nos transportes tão eficiente e a pessoa que encontrou a carteira onde estava o dito documento foi tão honesta ao ponto de entregá-la com dinheiro lá dentro (SIM, devolveram-me a carteira com dinheiro...), mas não podendo utilizá-lo porque entretanto foi cancelado, é frustrante.

Enfim. Lá fomos nós fazer o cartão do cidadão ao consulado português. Não sem antes termos de voltar à rua procurar um sítio para tirar fotos passe e comprar um envelope e selo para meter a minha morada (??) para me poder inscrever no consulado também. Burocracias. Adiante.

Como o D. não teve de trabalhar o resto do dia, resolvemos passear um bocado pela Oxford Street, já que é uma das zonas mais bonitas (e finas) da cidade. Lojas e lojas a tocar música natalícia, com enfeites a condizer, pessoas na rua, eu e o marido mais um hot chocolate a aquecer as mãos, foi uma manhã muito bem passada. Qual não foi a minha alegria quando saímos de uma loja e começa a nevar profusamente! Foi o culminar de uma manhã muito natalícia! Difícil teria sido eu não entrar no espírito.

 

De maneiras que tenho andado esta semana atarantada com os preparativos que incluíram mais enfeites para tornar a casa mais natalícia, compras para o jantar e almoço de Natal, comida com fartura para a próxima semana em que vou receber os primos, envio de postais natalícios para Portugal, e claro, uma prenda para o marido.




Ontem, para entrar no espírito, resolvi cozinhar algo mais elaborado. Empadão. Ou, como se diz cá, Sheperd's Pie, a tarte do pastor. Acho que foi a refeição mais elaborada que já fiz, o que, tenho a noção, não é dizer muito. Mas ficou com bom aspecto:



Já o sabor, er... Comia-se, mas não ficou aquela coisa. Estava demasiado doce, o que uma pitada a mais de sal resolveria e também pedacinhos de chouriço, que faz parte mas não meti. Para primeira tentativa não esteve mal. :)

Mas é para amanhã que estou mais ansiosa. Resolvi fazer um mix de tradições portuguesas e britânicas; não posso desperdiçar o facto de passar o Natal em Londres e não fazer nenhuma iguaria britânica. Eggnog é um must. Fui ao Starbucks ontem para provar o seu famoso Eggnog Latte, estava esgotado. ESGOTADO. Não era naquele dia, nem naquela loja, É para o resto da época natalícia e em todas as lojas Starbucks. Como é possível terem deixado isso acontecer? 'Ah, mas quer experimentar aqui este Latte-não-sei-quê de canela que temos...?' É claro que não quero o Latte-não-sei-quê, quero o Eggnog, porque é Natal e no Natal bebe-se Eggnog, senhor empregado do Starbucks! Fui-me embora com mais £3 na carteira mas sem ter provado ainda Eggnog. Está no topo da minha lista de receitas para amanhã. Rabanadas, bacalhau com couves, Yorkshire Pudding, gelatina com leite condensado (random, I know) e perú estão também na lista. Mince pies eram para estar, mas pareceu-me demasiado nojento para valer a pena... O que parecem pastéis de nata com recheio de uvas esmagadas mais licor pareceu-me suspeito. Ah, e crackers, claro está. Uma lista de fotos e comentários de como tudo saiu será provavelmente o próximo post no blog. :) Até lá, tenham uma boa ceia de Natal com os vossos, muita alegria e conforto, e uma ou outra prenda.



S.

Mais um trocadilho

 


Para manter o blog em movimento, enquanto não chegam outros posts. Já agora, Merry Christmas!

(não é muito usual ver-se um desejo de feliz Natal e uma foto do Hitler no mesmo post... Ganho pontos pela originalidade.)



S.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Intensamente branco

Este foi o cenário com que me deparei quando acordei e fui à janela:




Aposto que hoje é um bom dia para ir às compras na High Street, mesmo que seja o último fim-de-semana antes do Natal. :D

Também aposto que de hoje a uma semana não vai estar assim, não é... Vou fazer figas na mesma!



S.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ter tv na sala, cozinha, sala de jantar, escritório, quarto e casa de banho não é para todos

Só para quem vive num estúdio.

A melhor coisa de viver num estúdio é a disponibilidade de tudo em qualquer parte da casa. Posso estar a fazer o almoço e a conferir o mail nos intervalinhos. Ou ver tv enquanto me estou a vestir no "quarto". Posso estar a lavar a loiça enquanto converso com o D. que está no sofá e vejo televisão ao mesmo tempo. É óptimo. Altamente vantajoso para quem como eu tem a mania de estar sempre a fazer várias coisas ao mesmo tempo. "Ah, o comer está a fazer vou metendo a roupa a lavar enquanto meto Daily Show no computador." Quando estou em casa é extremamente difícil para mim concentrar-me numa única tarefa. Acho que é próprio do meu género, o tão famoso multi-tasking.

E para limpar a casa? Demoro cerca de uma hora. Não preciso de balde para lavar o chão; basta encher o lava-loiça e molhar o pano de vez em quando, enquanto limpo o chão contínuo da minha cozinha/sala/sala de jantar/quarto/entrada. A casa de banho é a única divisão à parte, mas o lava-loiça continua a poder servir de balde (6 passos separam o meu lava-loiça da cozinha. Eu sei, já contei).

Hoje o D. introduziu mais uma divisão na casa: o escritório. "Ah, e quando estás ali no escritório toda curvada..." Largos risos foram a consequência desta observação. A minha secretária, onde passo boa parte dos dias, é pequena mas realmente dá um ar de escritório: livros em cima dela, num momento em que estou embrenhada em 3 essays finais, não faltam. Um calendário gigante adorna a parede em frente. Por baixo da secretária não faltam impressora, telefone, router e papel com fartura. Um mini-escritório é uma boa definição para aquele espaço :).

Tenho de confessar que o meu entusiasmo por casas grandes com enormes roupeiros do Ikea se desvaneceu bastante desde que vivo aqui. Uma casa grande traz chatice. É grande demais para ser limpa numa hora, grande demais para aquecer no inverno, grande demais para uma família se sentir junta. Mas o mais importante: não há casas grandes em Londres. Ok, melhor dizendo: não existem casa grandes para quem não seja milionário em Londres. E eu quero estar em Londres. Quero viver onde posso encontrar tudo, em vários sítios, em várias diversidades e quantidades. Quero muitas pessoas na rua. Quero saber que tudo o que me apetecer fazer está a uma viagem de metro de distância. Tudo o que quiser comprar está a uns passos de casa (literalmente. Abençoada High Street). Esta é uma das grandes diferenças que eu sinto: o espaço que eu considero meu abarca tudo o que eu possa imaginar e querer. Não troco isso por uma casa grande, nem que tenha roupeiros do Ikea :).

Quem sabe se um dia irei mudar de ideias; afinal ainda há uns meses uma das minhas maiores aspirações no futuro próximo era construir uma casa idealizada por mim. Talvez com os anos e com uma família maior os pensamentos e desejos sejam outros. As necessidades mudam com os anos, isso é algo indiscutível. Por agora, e num futuro próximo, a minha escolha é Londres. Sem hesitar.







S.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Aleatoriedades (singular)

Uma curiosidade que me deixou orgulhosa:

Churchill viveu uns anos em Hounslow, a minha actual cidade emprestada.

Orgulhosa porquê? Porque eu sou mesmo assim, ligo a estas coisas curiosas e históricas. E porque actualmente não há tempo para pensamentos mais profundos e desenvolvidos. :)

(random, random, I know)



S.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Educação não tem preço

A minha colega G. hoje revelou-me uma informação que ela descobriu e que me deixou de boca aberta:

---»  parece que em média cada aula do meu curso custou £80 ao bolso dos meus pais.

Fiquei chocada por não fazer ideia. Nunca tinha visto as coisas dessa perspectiva... Este semestre faltei a duas aulas. O que equivale a 160 libras mandadas ao ar, ou seja, 190 euros.

Se precisava de incentivo para não faltar a nenhuma aula nesta última semana que se adivinha muito complicada, aqui o tenho.




S.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Santas Claus is coming to town

Hoje foi dia de experimentar um bocadinho o espírito natalício de Londres. Tardou a chegar mas acho que a minha consciência já está a ficar sintonizada em "modo: Natal".

Não chega que o hipermercado à porta de casa já venda árvores de Natal desde o Halloween. É preciso que Dezembro chegue. Se esse Dezembro trouxer neve então, melhor :).

Se se procurar, Londres tem inúmeras coisas natalícias a fazer neste período. Mercados de Natal não faltam, ringues de patinagem no gelo são mais de uma dúzia, árvores de Natal começam a aparecer em vários pontos estratégicos, postais de Natal são vendidos por inúmeras instituições de caridade. E neve, este ano. De forma que tudo conspira para que o espírito natalício se forme.

Hoje decidimos então experimentar um dos famosos e piturescos Christmas Markets. Por alguma razão, muitos deles duram apenas este fim-de-semana... Escolhemos dois por ficarem perto um do outro e podermos duplicar assim a experiência natalícia. O acesso era muito fácil uma vez que ficam ao lado da estação de Waterloo.

Que diferença para a segunda-feira passada! Desta vez não fui em pé e não houve a confusão de um dia de greve de metro. Claro que ser sábado significa muito menos gente na estação. Mas também significa menos comboios...

A viagem foi feita em frente a duas senhoras velhinhas - o que contribuiu ainda mais para o espírito natalício! Isto pode parecer estranho mas eu clarifico. Estas duas senhoras eram o epítome da Britishness. Quando se pensa em Inglaterra rural, cottages e chá das cinco? Tudo isso estava embrulhado naquelas duas encantadoras senhoras. Mantiveram uma conversa a viagem toda, para meu regalo. Expressões como "jolly scarf", "good heavens!", "oh dear" naquele inglês perfeito da BBC fizeram-me ter vontade de exclamar "awwww...!" enquanto fingia não estar a escutar todas as palavrinhas e frases bem construídas num inglês que não é todos os dias que se ouve. A amante da língua inglesa em mim estava ao rubro. Foi também uma extraordinária variante das conversas sobre doenças que escutei durante anos em transportes públicos entre velhotas. Se bem que aí houve momentos preciosos de comicidade difíceis de esquecer... :D

Quando estávamos quase a chegar a Waterloo, uma das senhoras pergunta "Does she still talk with her father? On Facebook or on Skype?". Acho que aí não devo ter conseguido esconder que estava a ouvir a conversa já que a surpresa deve ter ficado bem visível na minha cara... Octagenárias a falar de novas tecnologias em inglês (perfeito da BBC, não esquecer!) - amo!

Como o mercado ficava perto da London Eye, enquanto esperava pela I. fiquei a observar as pessoas que patinavam pela pista de gelo a fora. Parece tão fácil! Apesar da certeza da minha falta de jeito é algo que sei que vou ter de experimentar. Faz parte de um Natal londrino!

O mercado em si, Cologne Christmas market, não desapontou. Fofinho é a palavra que melhor o descreve. As iguarias à venda e a decoração das cabanas eram de inspiração alemã. Tudo decorado nataliciamente, com luzinhas já acesas (hora de almoço num dia nublado de Dezembro não significa muita luz) fez-me pensar que aquele mercado deve ser mesmo bonito à noite.

O mercado adjacente, mais pequenino, era constituído por tendas com diferentes iguarias. Iguarias comestíveis de vários países, entre eles Portugal! Claro que tivemos que petiscar ali. Chouriço rolls, servidos por um senhor que não falava português, "only Spanish". O chouriço era uma maravilha, acabado de sair da frigideira quente. Mas não se podia considerar iguaria portuguesa; além do chouriço aquela sandes levava espinafres e molho de tomate... Algo nunca visto em Portugal de certo. Enfim. Comemos ali perto e pudemos constatar que aquela tenda estava muito concorrida. Talvez a gastronomia portuguesa tenha boa fama aqui em Londres. O que, admita-se, não é difícil.

De seguida decidimos passear um bocadinho por Londres central. Atravessámos a Waterloo Bridge e chegámos ao Strand. Uma ponte que se atravessa a pé em 4 min numa capital é algo surpreendente para alguém que está habituada a pensar em pontes do tamanho da Vasco da Gama ou mesmo da 25 de Abril. O Tamisa não é uma fronteira em Londres como o Tejo o é em Lisboa.

Seguimos o Strand até Trafalgar Square, Lá estava a árvore de Natal que os noruegueses oferecem todos os anos aos britânicos, desde o final da 2ª Guerra Mundial, para lhes agradecer o esforço de guerra e o que fizeram pela Europa. :') . É caso para dizer: awwww...! A árvore em si era um pouco, er... desapontante. Um bocadinho raquítica e nada impressionante para duas portuguesas que estão habituadas às megalomanias de "maior árvore de Natal do mundo" e coisas do género com que Lisboa gosta de se envaidecer de vez em quando. Mas o que conta é a intenção, senhores noruegueses! E essa é das melhores :).

Decidimos ir à National Portrait Gallery, (grátis, mais uma vez) um museu feito só de retratos de Reis ingleses e outras figuras importantes da história britânica. Claro que a intenção principal da I. e minha era a galeria Tudor, onde estão os retratos desses reis tão mediáticos e historicamente polémicos. Tanto ela como eu temos a historiadora/romancista Philippa Gregory como favorita e a série The Tudors como hobby a preservar. Rirmo-nos ao mesmo tempo de um quadro do economista David Ricardo fez-me mais uma vez dar graças por ter encontrado alguém com quem partilhar coisas nerds e com gostos tão semelhantes aos meus. Saber que ela me entende - she gets it! -  é um dos melhores sentimentos do mundo sem dúvida. :)








S.