sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Aprender e ensinar

Enquanto me sento aqui a corrigir fichas de Inglês de 4º ano, associando letras e desenhos a caras e a episódios de aula, e me surpreendo ao escrever alguns "Very Good"s, apercebo-me que a maior lição que aprendi com esta experiência foi reconhecer a multi-dimensionalidade do ser humano. Uma criança não é só inteligente ou só mal-comportada. Há múltiplas combinações entre atento, conversador, distraído, interessado, cuidadoso na apresentação dos trabalhos, simpático, casmurro, etc, etc, etc. Raramente se tem tudo do melhor, e as contradições abundam. É por isso que o amor-ódio é uma característica inerente a ser-se professor.

Já fiz as pazes com esta profissão. Sei o seu lugar na minha lista de coisas que quero para a minha vida. O meu respeito por professores a tempo inteiro cresceu astronomicamente. E o meu conhecimento sobre o mundo infantil manteve-se praticamente inalterado, ou seja, continua a ser uma fonte inesgotável de mistério e surpresa para mim.

Uma coisa é certa: vou relembrar sempre os meses em que tive 40 crianças de 10 anos a chamar-me "teacher" com grande carinho. Se com nostalgia ou não, ainda não sei. As dores de cabeça e a frustração também serão lembradas, em nome da multi-dimensionalidade da alma humana.





S.

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