sábado, 8 de fevereiro de 2014

Um dia de um homem numa sociedade matriarcal

Uma autora francesa criou um vídeo sobre um dia na vida de um homem se vivêssemos numa sociedade matriarcal. Uma sociedade com os mesmos vícios para um dos géneros como a em que vivemos, mas ao contrário. Está muito interessante, especialmente nos detalhes:




Pode ser que mudando a personagem se mude a perspetiva sobre o problema.
 
(O vídeo com legendas em inglês, que por alguma razão insondável não consegui incorporar, está AQUI.)


S.

7 comentários:

  1. Muito interessante! Partilhei também :)

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  2. São sempre interessantes estes exercícios por mundos paralelos (benvinda!)

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  3. Se me permites uma questão...
    Achas possível, e desejável, uma sociedade em que a igualdade de género "triunfe"? Por exemplo, no alcance a cargos de chefia mais altos. Achas possível que tanto o homem e a mulher venham a ganhar o mesmo (em cargos altos) tendo uma casa e família para criar/construir? Ou seja, ganhar o mesmo = terem as mesmas responsabilidades = dedicarem-se de igual forma à sua função no trabalho.


    Não considerando para a questão os países com leis e medidas extremamente opressivas nessa matéria (e penalizantes para a mulher). Considera a sociedade em que vives actualmente.

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  4. Eu vejo as coisas assim: se homens e mulheres têm as mesmas capacidades, o facto de haver desigualdades no número de homens e mulheres em cargos de chefia ou liderança política é significativo que alguma coisa está a impedir uma proporção mais igual dos dois sexos. A responsabilidade familiar é uma dessas coisas. Não é de todo a única, mas creio que é uma das mais importantes para explicar essa diferença de proporção de números. Daí que só trazendo os homens para casa na mesma medida em que as mulheres saem de casa podemos equilibrar a coisa. De forma muito simplista, qualquer coisa como: 50% do trabalho em casa feito por cada um, 50% do trabalho profissional total do casal feito por cada um. E não um acumular de total responsabilidades familiares + carreira na mulher. Não significa que estas percentagens não possam variar um pouco consoante as alturas da vida de um casal (afinal é a mulher que dá à luz, isso não se pode mudar) mas que sejam combinadas em situação de livre escolha e não que seja onrigatoriamente a mulher quem vê a sua carreira sacrificada se quer uma família ou uma família sacrificada se quer uma carreira.

    De qualquer forma, o vídeo deste post não mostra uma sociedade onde a igualdade de géneros triunfou finalmente. Que fique bem claro. Mostra uma sociedade desigual como a em que vivemos mas com os géneros trocados.

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  5. Sim, eu sei que o vídeo não retrata uma sociedade assim, apenas queria mesmo saber se tu achas possível tal igualdade.
    Porque eu penso como tu, e exactamente por pensar como tu é que não acho que a igualdade de género venha alguma vez a triunfar. E esta questão do alcance a cargos elevados é só um exemplo. No caso concreto em que dei, só vejo duas hipóteses: ou os dois (marido e mulher) ganham pouco (não propriamente mal, apenas menos daquilo que poderiam vir a ganhar), ou um ganha muito em e o outro pouco (no caso em que um deles chega a um cargo de chefia mais alto). Porque me parece impossível que ambos estejam no topo das suas carreiras, a assumir iguais responsabilidades com o mesmo nível de dedicação, com uma família e casa para cuidar. Ou seja, alguém, invariavelmente, terá que ver a sua carreira ligeiramente sacrificada, em prol de um maior bem-estar conjunto (em nome da família).

    A meu ver, a verdadeira luta é tentar que não seja sempre a mulher a ver a sua carreira (ou família) sacrificada, que é o que se passa actualmente. E queria entender se é esta a tua perspectiva, ou se tu achas mesmo que é de igualdade que se trata (ou seja, que homens e mulheres devem poder ter o mesmo nível de responsabilidade dentro de uma empresa).

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  6. Aqui há uns dias li uma review sobre um livro que acho que é capaz de ser muito interessante para o debate (ainda não o li). Basicamente é uma análise da classe média-alta americana e de como nunca casais foram tão bem-sucedidos profissionalmente e tão igualitários na responsabilidade familiar como aqueles. A autora refere que paradoxalmente estes casais dispendem muito tempo nas suas profissões mas são também os casais que dispendem mais tempo de qualidade com os filhos.

    O truque é capaz de vir dessa distribuição igualitária das responsabilidades profissionais/parentais mas não há como negar que tem muito a ver com o dinheiro. Estes pais podem empregar baby-sitters quase permanentes para ficarem com os filhos fora de horas normais de trabalho, e isso dá-lhes uma margem de manobra para gerirem o seu tempo fabulosa, não precisando de prescindir de nada. Ora, uma família média está sujeita aos horários rígidos de uma creche e portanto qualquer profissão que implica horários irregulares ou por turnos por exemplo é incompatível com uma família: alguma coisa tem que ceder.

    Por isso, resumindo, como as coisas estão montadas hoje em dia, é realmente muito difícil igualdade de género neste aspeto de chegar a certas carreiras ou posições. Mas mesmo nestas condições imperfeitas, era bom que não tivessem que ser sempre as mulheres a sacrificarem uma coisa ou outra, como dizes.

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  7. A crónica está aqui: http://www.nybooks.com/articles/archives/2014/mar/20/women-at-the-top/

    E o livro chama-se "The XX Factor: How the Rise of Working Women Has Created a Far Less Equal World"
    da Alison Wolf.

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