quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Até a Playboy sabe

Um diagrama sobre o mandar ou não mandar piropos.
 

Da feministíssima Playboy, nem mais.



S.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Veados algarvios em sonhos concretizados

Depois de incursões falhadas a Windsor, ao Richmond Park e até à Tapada de Mafra, foi no Algarve que eu concretizei o meu sonho de confraternizar com veados.



Animais maravilhosos e altivos, não sei quem estava mais nervoso com a aproximação, se eu ou eles. Parecendo que não, há ali muito chifre pontiagudo e afiado. E, pelo outro lado, os humanos são animais de movimentos bruscos e barulhentos. A desconfiança era, portanto, mútua.





 
No final, não só confraternizei com eles como ainda vieram comer à minha mão. Ainda estou em êxtase. 





S. 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Sexismo na BD e exercícios inversos

Uma amante de banda-desenhada decidiu desenhar conhecidos super-heróis com fatos altamente sexualizados, como são as indumentárias típicas das super-heroínas. Este é mais um daqueles exercícios de inverter os papéis, que na minha opinião são a forma mais eficaz de provar certos pontos.




Tudo DAQUI.

As intenções dela, segundo o artigo, eram:
 
- fazer com que a primeira coisa que se pensasse assim que se olhasse para as imagens era em sexo, quer se queira quer não;
 
- fazer com que as pessoas do sexo masculino que vissem as imagens se sentissem desconfortáveis;
 
- tornar a coisa num exercício humorista, porque ao fim e ao cabo, torna-se cómico.




S.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Mulheres anti-feministas e árvores anti-ambientalistas

(Sobre a hashtag #WomenAgainstFeminism e as mulheres que acham que viveriam melhor sem o feminismo.)


Eu poderia vir para aqui falar de como o conceito de "vítima" é incrivelmente mal interpretado quando se fala de "vítima de violência doméstica", "vítima de assédio sexual", ou "vítima de discriminação", achando-se que "vítima" é sinónimo de pessoa fraca, indefesa, ou sem capacidade de resposta (não é. Vítima é toda e qualquer pessoa a quem lhe acontece um fenómeno castrador dos seus direitos ou que de alguma maneira lhe limita a vida. Uma "vítima de um acidente" ou "vítimas de um terramoto" não tem nada que ver com as características de uma pessoa, é tão só e apenas serem recetoras do fenómeno em questão). Mais AQUI.




Também poderia desenvolver a questão de como a mentalidade individualista é cada vez mais uma vencedora, porque o ênfase na nossa sociedade está cada vez mais no indivíduo, nas escolhas que cada um faz, e que se ele se esforçar mesmo, mesmo muito, consegue este mundo e o outro (duvidam da hegemonia desta mentalidade? É só recordar que até o livro de auto-ajuda mais famoso, O Segredo, a incorpora, envolvida em pseudo-misticismo: se eu quiser mesmo muito uma coisa, o Universo encarregar-se-á de me a dar. Não a consegui? Foi porque não a quis suficientemente.) Nesta mentalidade não há espaço para desigualdades estruturais, para discriminação laboral, para racismo ou sexismo institucionalizados. Se há poucas mulheres no topo das carreiras é porque elas não têm ambição nem se esforçam o suficiente, se há pessoas pobres a receberem subsídios de reinserção é porque não querem é trabalhar. No mundo dos individualistas, todas as pessoas nascem com as mesmas condições de partida e por isso todas têm as mesmas opções de sucesso. Quem não consegue, é porque não estudou/se esforçou/desejou/batalhou/perserverou o suficiente. Discriminação, meio social, privilégios, pobreza, sexismo, racismo, riqueza, nada disso tem importância. É o indivíduo e as suas "escolhas" que determinam quem ele será. Mais AQUI.
 
No final, talvez a mensagem mais eficaz de como esta campanha acerta tão ao lado seja a analogia tão pertinente ao ambientalismo:    






S.

P.S. - É incrível a quantidade de estereótipos hilariantes que estão reproduzidos na maioria daqueles cartazes e a ignorância geral sobre o que o feminismo realmente é e pelo que luta. É de uma pessoa perder fé nas mulheres. Faz-me sempre lembrar aquela frase de Voltaire que diz: "Eu discordo do que dizes mas lutarei até à morte pelo teu direito de o dizeres."