sábado, 10 de novembro de 2012

Nas margens do rio Main

Apesar de um início de viagem atribulado (seis da manhã é demasiado cedo para ouvir berros de um alemão lunático que acha que as câmaras de gás deviam voltar a ser abertas para os ciganos - não estou a brincar, ouvi isto dito tal e qual...), a day-trip a Frankfurt correu muito bem.

A expectativa de que Frankfurt seria só escritórios e uns arranha-céus e pouco mais desvaneceu-se em pouco tempo, especialmente durante o passeio nas margens ajardinadas do rio Main.



Por entre o rio que me fez lembrar fortemente o Tamisa, com as múltiplas pontes transversáveis a pé, o núcleo de arranha-céus como a City, intervalado com praças centenárias, ruelas e lojas deliciosas, sem esquecer os grandes armazéns comerciais e as marcas multinacionais, mas nem tão-pouco um mercado de rua com coisas alimentares tradicionais (ainda não foi desta que provei o mulled wine), os inúmeros ciclistas que me fizeram ansiar por pegar também numa bicicleta e pedalar e pedalar, como em Bruxelas, e a língua tão misteriosa e estranha mas tão familiar ao mesmo tempo (um dia conquistá-la-ei até ao fim, juro aqui), fiquei muito contente por voltar a sentir-me numa cidade, numa verdadeira cidade.

Depois de provar a tradicional salsicha no pão (que não é o mesmo que o hot dog comum, percebi-o), de encontrar a maior loja de chás que já tinha visto na vida e de não ter apanhado uma gota de chuva, cheguei à conclusão que podia ser feliz na Alemanha...



O D. olhou-me com um misto de impaciência e resignação quando lhe confessei tal coisa. "Tá quieta...", diz ele. Eu limito-me a sorrir e a esfregar as mãos como quem diz "We'll see..." Mas sem gargalhada maléfica no fim. Não o quero assustar.

Acabei por trazer dois chás, que mais podia ter eu escolhido, pff. Especialmente depois de ter tropeçado na loja gigante.



O da esquerda é um chá de inverno, meio natalício, e que por cheirar a canela apaixonei-me instantaneamente. O outro é chá vermelho com caramelo, do qual também gostei do cheiro. (Amo quando as lojas tem testers para se cheirar os chás. Se não conheço o nome e não o posso provar na altura, é óbvio que vou lá pelo cheiro. É ver-me nos supermercados a agitar as caixas seladas na esperança que trespasse algum odor, por entre sobrancelhas levantas de transeuntes que questionam a minha sanidade mental. Por isso, lojas que me poupem a estes esforços infrutíferos ganham uma montanha de pontos na minha consideração). Ainda não os provei mas estou esperançosa.



S. 

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