segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Passatempo favorito: Brussels-bashing

Após acordar estremunhada, olhar pela janela e ver inesperadamente os passeios cobertos de neve, apeteceu-me mandar as bicicletas e as caminhadas à merd@ e dirigi-me ao tram que me levaria ao metro que me levaria ao outro metro que me levaria ao trabalho. Estou sem paciência para ter frio nos olhos e pés congelados.

Mas o metro bruxelense acha por bem ter a regularidade de  dez-em-dez-minutos em plena hora de ponta e portanto foi a resmungar entredentes que esperei por ele na estação apinhada. Os dez minutos passados e a luta para entrar na carruagem que é customeira. Nunca ninguém ensinou os bruxelenses que primeiro se deixa as pessoas sair dos comboios e só depois se entra, assim como nunca ninguém os ensinou que numa escada rolante, quem está parado encosta-se à direita. Oh, ordem londrina.

Na estação o metro esvai-se em pessoas, uma corrente de indivíduos que não acaba e o motorista sente que já está ali há tempo demais e portanto toca a fechar as portas no meio da corrente humana. O sistema mecânico destes metros de há cinquenta anos atrás dita que estes não tenham sistema de deteção de coisas entre as portas e é preciso muitos pares de mãos a segurar as portas para que ninguém fique entalado. Desisto de entrar no comboio do demo e fito as portas de olhos arregalados, incrédula com a estupidez que se acabou de passar ali.

As portas acabam por se fechar, menos uma. Após várias tentativas, vejo o motorista a sair da sala das máquinas, a mandar dois pontapés na porta e a regressar com ar de enfado ao seu posto. O comboio arranca pouco depois.

Após mais dez minutos de espera na estação onde faço o transbordo, a mais nojenta e incrivelmente desfeita do metropolitano bruxelense, de certo, só rivalizando com a de Schuman que tem a desculpa de estar em obras (há dois anos). Na dita cuja, subo os seis ou sete lanços de degraus de pedra por polir/acabar, maldizendo Bruxelas por não ter consideração nenhuma por pessoas idosas, deficientes ou simplesmente que ali apanham o autocarro direto para o aeroporto, e portanto têm que alombar com 20 kg às costas e é se querem. Saio para a rua e está a cair aquela chuva miudinha que não é chuva nem é neve, está frio, e eu estou quinze minutos atrasada. Tivesse caminhado, chegava a tempo, tivesse pedalado, teria chegado 10-15 minutos antes.

No dia em que tiver que abandonar esta cidade, não vou sentir um pingo de tristeza.






S.

2 comentários:

  1. Quando fui a Osaka, lembro-me de ver o horário da minha linha de metro, e na hora de ponta havia 28 comboios (durante uma hora) :D

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  2. Obrigada. Fico-me a sentir muito melhor com o metro bruxelense. -.-'

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