terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Esta rapariga consegue

Não sei se já viram o vídeo promocional, acho esta campanha espetacular.


This Girl Can é uma campanha que tenta promover o desporto, o exercício físico, o 'mexer-se' para todas as mulheres.
 
Isto parece um bocado aborrecido e mais do mesmo mas a parte fixe aqui é que a campanha quer que isto do mexer-se seja mesmo para todas as mulheres, mulheres cheínhas, mulheres sequinhas, mulheres com celulite, mulheres com carnes a abanar, mulheres com ossos espetados, mulheres que são boas num desporto, mulheres que não são boas mas que gostam de um desporto, mulheres que querem experimentar um desporto, mulheres que querem fazer exercício sozinhas, mulheres que querem fazer exercício em grupo. 
 
O importante, e o que esta campanha celebra, é o ultrapassar a barreira do julgamento de terceiros. E numa sociedade em que as mulheres são avaliadas constantemente e crucialmente pela aparência, e pela relação podre que isto nos leva a desenvolver com o nosso corpo, isto do julgamento de terceiros é mesmo fundamental na decisão de mexer ou não mexer.
 
Um exemplo pertinho de casa: levei bastante tempo a passar do correr no ginásio para o correr na rua, e tenho a certeza de que se não fosse num contexto em que já estava desenraizada de qualquer das formas e em que ninguém me conhecia (Bruxelas), nunca o teria feito. As apitadelas em Portugal confirmam este medo do julgamento: ainda não é muito comum ver uma rapariga a correr sozinha pela beira da estrada fora.
 
Parece-me que tudo o que tente convencer as mulheres de que mexer-se pelo prazer de se mexer, e não como um castigo pela fatia de bolo de chocolate que se comeu no dia anterior, ainda é pouco. Suar é espetacular e combina com o feminino, sim senhora. Nós mulheres também somos animais, sabiam? E temos um corpo que faz coisas incríveis para além de equilíbrio em saltos de 10 cm.
 
 
 
 
S.

2 comentários:

  1. Mesmo assim, ainda acho que a primeira barreira a vencer é a do julgamento que fazemos de nós próprias. Mas, sim, nunca é demais tocar na tecla do exercício não ser castigo.

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  2. Sim, por vezes não é preciso o julgamento do outro para nos limitarmos, basta o que achamos de nós próprias. Mas os dois estão muito ligados e até acho que o último é só a interiorização do primeiro. Às vezes na realidade até nem há o julgamento de terceiros, mas há a perceção de que há ou o medo que haja e isso basta. Se virmos que há outras pessoas como nós a fazê-lo começa a desmontar-se esse julgamento, tanto o próprio (se ela consegue/pode eu também!) como o de terceiros (é cada vez mais normal, torna-se banal, ninguém critica).

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