No domingo satisfiz o meu lado de rapariguinha-que-acha-que-ser-princesa-medieval-é-o-auge-da-'cool'icidade. Ou seja, o meu lado nerd medieval ronronou nas horas em que estive trajada assim. E especialmente por esta altura:
Se a isso corresponder um D. vestido a pagem/cavaleiro (as modas masculinas mudaram um bocadito. Temo que os estatutos conferidos sejam irreconhecíveis hoje em dia), e uma companheira com um igual lado nerd medieval, e está completo o dia de fantasia.
S.
Queria ligar isto aos 6 anos juntos que completamos hoje. A foto é capaz de dar. Caramba, como o tempo passa. E como as pessoas olham com um misto de respeito e estranheza quando se diz 'hoje fazemos 6 anos de namoro'. Parece que não é suposto. Não com 22 anos. Como não era suposto termos embarcado numa vida a dois em Londres aos 21. Haja vontade e amor e continuaremos por muitos e bons anos a fazer o que não era suposto. A dares-me na cabeça porque os meus 'e se...' são compulsivos e eu a dar-te na cabeça porque tens com cada sugestão. Ora agora ir viver para a América! Ora agora ir viver para Bruxelas! Londres, né? Olha, uma viagem de costa a costa americana...! Uma viagem pela Europa?? ('Não digas isso muitas vezes que eu começo a pensar a sério...). Acho que é por isso que te amo. Representas para mim a possibilidade do sonho tornado realidade. Desta vez, não como príncipe encantado - e muito menos medieval (aquela gente não tomava banho) - mas sim a vivência de coisas diferentes, maravilhosas, tristes, desconhecidas, surpreendentes, mas sempre, sempre partilhadas. Desviadas da rota certinha e direitinha que eu tanto abomino mas para a qual sou irremediavelmente atraída se estiver por minha conta. Não quero dizer clichés como 'completas-me' ou 'os opostos atraem-se'. Porque uma pessoa deve-se bastar a si própria, deve ser um ser completo, único e auto-suficiente. Não esperar que outro(s) lhe arranjem, limem arestas, lhe salvem. E os completos opostos não se atraem. Tal como os inteiros semelhantes também não. Tu és coisas que eu não sou, sabes coisas que eu não sei, tens coisas que me fascinam porque impensáveis em mim. E vice-versa. Mas em comum temos mais, muito mais. E no meio disto, conseguimos um 'nós' nunca perfeito, sempre em construção, mas melhorado diariamente. Cheio de infinitas possibilidades. Por isso, repito: que continuemos por muitos anos a fazer o que não é suposto. Que a nossa familiaridade nunca caia em monotonia e que o nosso amor seja sempre ligeiro o suficiente para acomodar novas circunstâncias e profundo q.b. para aguentá-las. Nunca perdermos o Norte. E que haja sempre um par de braços (sejam os meus sejam os teus) à espera em casa, seja ela onde for.