Como referi no último post, e ao contrário de Londres, não conheço o Reino Unido tão extensivamente como gostaria. Cambridge e Bristol foram as duas cidades que visitei fora de Londres e ambas relativamente perto da capital. Richmond foi outra cidade visitada mas, apesar do seu ar de subúrbio no melhor dos sentidos, ainda pode ser considerada como fazendo parte da zona metropolitana de Londres (o metro londrino chega lá portanto, para mim, continua a ser Londres). Foi um dos locais que mais gostei de visitar e os seus Kew Gardens vão merecer um post na categoria de 'Verdura Citadina'.
A oportunidade de visitar Bristol surgiu devido a uma entrevista de emprego que, apesar de não pensar em aceitar o dito cujo, participei para ir ganhando experiência nestes processos de seleção. As aulas já tinham acabado, tempo era coisa que não me faltava e claro, o facto de implicar conhecer outra cidade foi motivação suficiente para a deslocação. Um dia não deu para visitar tudo mas deu para ficar com um cheirinho de uma cidade inglesa que não Londres.
Cambridge não é definitivamente uma cidade. Tem uma aura rural, é um sítio calmo, que vive para a universidade homónima e onde se respira história. Bristol, no entanto, é bastante diferente.
Cambridge
Mais uma vez fui de olhos bem abertos durante a viagem, a deleitar-me com as paisagens verdejantes e as casinhas que aqui e ali se vislumbravam. Numa viagem de 2h40m às 9 da manhã (tinha acordado às 6 e meia) nos banquinhos confortáveis de um autocarro que viaja a direito por uma auto-estrada isto é algo difícil mas lá consegui fazer o esforço. Quando me deparei com este sinal de trânsito quase soltei uma gargalhada:
(não tive tempo de sacar da máquina fotográfica e registar o verdadeiro sinal mas era igualzinho a este)
A primeira impressão que tive de Bristol foi que era uma cidade de ruas estreitas e inclinadas. E muito mais pequena que Londres.
Fiquei algo desapontada. Tenho noção de que só andei pelo centro da cidade, não vi ícones fundamentais como o Avon Gorge ou os Bristol Zoo Gardens mas de qualquer forma o centro da cidade não me encantou particularmente. Como Bristol é a cidade da série Skins estava sempre à espera de vislumbrar adolescentes problemáticos. Não foi entre adolescentes, mas vi a minha primeira cena de pancadaria numa esplanada. E depois queixam-se dos estereótipos, pff.
Sou naturalmente atraída por espaços verdes e, tal como em Londres, são sempre sítios que me maravilham os sentidos. Gosto de caminhar por eles sem particular destino e observar as outras pessoas a ler, a conservar ou simplesmente a dormir uma soneca na relva (quem disse que as sestas são exclusivas dos países mediterrânicos está muito enganado).
Tenho alguma vergonha em admitir que pensei que este rio fosse o Tamisa... Parece que Bristol não fica assim tão perto de Londres para partilharem o mesmo rio. Este é o rio Avon.
Neste dia estava sol e uns 20 graus primaveris, de maneira que o parque estava cheio de pessoas a almoçar os seus terríveis almoços de pacote. Eu preferi uma cornish pasty. Desde que a I. me convenceu a provar em Cambridge me rendi completamente (1 libra mais barata do que em Londres! Uma pequenina prova de que o custo de vida londrino não reflete o custo de vida inglês).
Como a entrevista dizia apenas 'afternoon' e o meu comboio estava marcado para as 16:30, não tive muito mais tempo para visitar Bristol. Limitei-me a ir à baixa onde ficavam as lojas e à zona dos escritórios, onde ficava a entrevista.
Não fiquei enamorada por esta cidade mas fiquei a conhecer mais um pedacinho de Inglaterra. Acredito firmemente que uma capital não reflete um país, e portanto limitar-me a Londres seria não conhecer minimamente Inglaterra, e muito menos o Reino Unido, tão rico em diferenças nacionais (em Gales têm uma língua diferente e Escócia nem sequer faz parte de certos organismos nacionais como os censos, e o sistema educativo escocês é completamente à parte do inglês, galês e norte-irlandês).
S.
Sem comentários:
Enviar um comentário