Prestes a acabar a tese e a menos de um mês de a entregar é tempo do balanço final.
Tenho sentimentos mistos em relação a ela, mas há um que se impõe:
- No final de contas, não doeu nada.
Devia. Devia ter chorado de frustração por as ideias não virem, devia ter stressado, feito diretas, bebido café aos litros, devia ter estado aflita de tempo, devia ter batido com a cabeça na mesa, ter exclamado pelo menos uma vez 'Mas em que raio me fui eu meter!'.
Nada.
É certo que alguns capítulos saíram a ferros. A inspiração por vezes foi menos do que a devida e as entrevistas menos do que as que gostaria de ter feito. Mas as leituras foram mais que muitas, a escrita ultrapassou o limite de palavras (única situação digna de
head-desk), a finalização só não acabou mais cedo porque me armei em turista e rumei ao Algarve num fim de semana.
E agora pergunto-me: Já está? Foi isto? Deus meu (universo meu, vá, que religião é coisa que não me assiste), que tipo de nota me vai calhar na rifa....
Toda esta facilidade é de suspeitar. A insegurança agora é mais que muita, porque a confiança é completa. Parece paradoxal mas não é e eu passo a explicar.
Os capítulos que me saíram a ferros e em tardes em que a vontade era perto de nula, com intervalos de frase em frase a consultar facebooks, emails, blogs, só porque sim, foram os que me pareceram melhores em leituras de revisão. Capítulos que ao escrever me pareciam demasiado simplistas, demasiado descritivos, aborrecidos, repetitivos, foram os que mais tarde eu reli e pensei 'Nada mal'. Ou seja, eu não faria de outra maneira, porque não sei, porque não consigo, porque dei o meu melhor. E se dei o meu melhor, as mais não sou obrigada. Completa confiança.
Agora, é o meu melhor o suficiente para chegar 'lá'? E dar o meu melhor não devia ser mais custoso? É que não houve cabeça-na-mesa, nem uma... Houve vontades desesperadas de abandonar o plano e começar tudo de novo, fazer tudo radicalmente diferente, mas foram devaneios de pouca dura.
Espero sinceramente acabar 2011 com uma boa notícia (duas, vá. Ai Comissão, Comissão, atenta ao meu coração!) E que esta insegurança se prove infundada. Porque irá certamente determinar as minhas intenções de seguir doutoramento para já ou só daqui a uns anos. E porque quero a melhor recompensa do investimento emocional, intelectual, financeiro e temporal, meu mas sobretudo de terceiros, do meu mestrado na King's.
S.