domingo, 22 de janeiro de 2012

35 jantares, 35 adormeceres, 35 acordares, 35 almoços, 5 semanas

Com a graduation feita e com o capítulo de Londres encerrado, é agora tempo de programar o próximo com mais rigor. Data de início já tem: dia 26 de fevereiro já será noite passada em solo de Bruxelas (qual será o adjetivo relativo a Bruxelas, bruxelense? É coisa para ir investigar para alargar o meu campo lexical relativo a esta cidade).

Falta portanto um mês. 35 dias de impaciência acrescida. O espírito começa a escorregar para lá mas o corpo continua aqui, bem como algumas responsabilidades profissionais. É aquela fase chata da transição, necessária e com laivos já familiares. Malas que ainda não podem ser feitas porque a roupa a empacotar será a que ainda se veste no dia-a-dia (ao contrário de em Londres, que só levei roupa de inverno, mas que num setembro português não era ainda precisa e podia ser arrumada com muita antecedência).

Começa o racionamento das coisas, "Não vale a pena comprar isto porque depois temos de levar e todo o kg e cm3 na mala é precioso", "Não vale a pena comprar um pacote de arroz de 5kg porque só cá vamos cozinhar mais um mês". Comprar livros é proibitivo. Os que tenho em lista de espera terão de ser lidos antes de partir, encomendar livros para só os ler daqui a dois meses e ter de ocupar 500g numa mala cheia de roupa grossa de inverno é crime.

Preparação de jantares de despedida começam a tomar contornos nítidos. As conversas com amigos acabam agora invariavelmente com "Ver se combinamos alguma coisa antes de eu me ir embora". O bicho surpreendentemente social (pelos meus padrões) em que me tinha transformado nestes últimos meses vai hibernar. A acumulação de energias de amizade torna-se agora uma obsessão necessária para sobrevivência. O Skype vai sendo afinado. O microfone e a câmara do PC também. Os livros de francês já se encontram num montinho em cima da mesa, à espera de serem revistos.

Não é certo que 35 dias seja muito tempo. Também não é certo que seja pouco. Neste momento, é o que falta objetivamente e com o que posso contar. E isto dá uma sensação de definitivo à coisa que ainda não tinha sentido.






S. 

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