quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A 1ª belga e o combate ao desperdício

Hoje, por ocasião de uma venda de roupa em segunda mão, conheci uma rapariga belga muito simpática. Mas apercebi-me que, em seis meses, foi a primeira pessoa local que conheci. 

Ora, não sei bem o que isto diz de mim (bicho anti-social, será?), sobre o meu local de trabalho até agora (no PE conheci gente de muito país europeu mas nenhuma belga, curiosamente), ou sobre esta capital, onde um terço dos seus habitantes são imigrantes. 

A rapariga em questão, a quem cheguei através do grupo Brussels Expats do Facebook, delirou quando soube que eu era portuguesa, porque ama Portugal de paixão (afirma ser um dos seus países favoritos...) e anda a estudar as diferenças entre a língua portuguesa e o galego. A visita foi de negócio mas aqueceu o coração, claro está. :)


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Agora, sobre as vendas em segunda mão. 

Aventurei-me pela primeira vez nisto do já-usado há quase dois anos, quando comprei o meu computador e o iphone do D. pelo eBay porque não queria dar por eles o dinheiro que custam novinhos em folha. Cheguei a vender também. Correu tudo às mil maravilhas (exceto uma tentativa de venda da minha parte, mas isso é outra história). Mais recentemente, uma blogger que eu seguia regularmente abriu outro blog para vender roupas/acessórios/sapatos que já não usava e eu, vendo uma coisita que me agradava, decidi comprar.

Entretanto descobri o maravilhoso mundo dos expats bruxelenses, grupos facebookianos onde pessoal faz perguntas e lhes respondem, sobre tudo o que se possa imaginar sobre a vida cá, e põem móveis, roupa, eletrodomésticos à venda porque vão voltar para a terra. E eu rendi-me ao culto do aproveitamento e do combate ao desperdício. Em forma de pechinchas.

Aqui há uns tempos, precisava de uma impressora, puseram uma impressora à venda (por menos de metade do preço!). Lá fui eu, de trolley de compras atrás para trazer a bicha, a pé, até à casa da rapariga que a anunciou (que por acaso era portuguesa!). Hoje, foi a vez de ir buscar um colar, um lenço e um chapéu à anos 60 (acho que nunca me apaixonei tanto por uma peça de roupa como com esta... e acho que nem na Primark conseguiria tão barato), à casa da rapariga belga, que tinha virado a sala em atelier de roupa em segunda mão.

De caminho para casa, passei na loja da Oxfam e olhei com outros olhos para as roupas que ali se vendem. E descobri que, indo de olho bem aberto, se encontram coisas muito boas a preços irrisórios. E ali há o benefício de se estar a contribuir para uma boa causa.

Já pensei seriamente em me tornar vendedora e livrar-me eu também de coisas que já não uso e que podem ser interessantes para outras pessoas. Mas a verdade é que, na nossa vinda para Bruxelas, a triagem do que não se gosta/usa/veste já foi feita, e só cá estão coisas úteis... Cheira-me que terei de esperar algum tempo até ter material para venda.




S.

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