sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Nacionalidades e racionalidades

Porque veio mesmo a calhar, relativo ao meu último post, para calar as minhas preocupações sobre conhecimento de gente local:

A minha supervisora, no meu novo emprego, é belga.

Fiquei muito contente, porque assim já tenho alguém com quem bombardear com perguntas sobre as maiores e mais pequenas idiossincrasias deste meu país hospedeiro.

Já comecei com as relacionadas com as línguas e os aparentes - ou não? - desentendimentos e ressentimentos entre valões e flamengos, fonte de enorme interesse da minha parte. A essência de um país vai sendo descortinada através de pequenas peças que vamos juntando aos pouquinhos e ao longo do tempo, coisas que em si mesmas são irrisórias, mas que todas juntas constituem o caráter de um povo e de um país. 

A minha precisa ideia sobre a Bélgica e sobre o povo belga é precisamente a ausência de essência. Ou melhor, é uma essência que se caracteriza por desentendimento e tensões entre as duas comunidades linguísticas; um flamengo é capaz de ter mais que ver com um holandês do que com um valão. Apesar de o primeiro e o último terem o mesmo passaporte.

É por isto mesmo que a nacionalidade vale o que vale, e que tanto pode ser muito como rigorosamente nada. Da mesma forma, e precisamente por ser relativa, não deve servir de medida para nada. Tal como a raça, o género ou qualquer outra coisa aleatória e fora do controlo da pessoa.

...

E depois deste filosofar profundo vou dar às pernas para não ser só o cérebro a cansar-se.  




S.

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