Esta crónica tem andado esquecida e sem razão; Bruxelas merece mais crédito do que lhe estou a dar relativamente a espaços verdes.
À primeira impressão, Bruxelas não é uma cidade que nos pareça particularmente verde ou com parques enormes e famosos, como Londres o é. Mas um olhar atento sobre um mapa da cidade revela logo que essa impressão é infundada; Bruxelas é rodeada por muito verde a norte, este e sul. E algumas zonas verdes podem ser descortinadas no centro da cidade.
Hoje, trago um desses grandes espaços verdes à baila: o Bois de la Cambre (ou, o Bosque da Curvatura).
Porque fica mesmo ao fundo da nossa artéria orientadora, a Avenue Louise, e porque calhou passarmos ali perto logo na primeira semana, há vários meses que andava com uma grande vontade de a explorar. Hoje, e porque Bruxelas nos anda a agraciar com dias maravilhosos, de céu limpo e calor (sim, calor do verdadeiro!), decidi que não esperava mais um dia.
Por isso, peguei numa bicicleta (depois explico) e lá fui eu avenida abaixo até à Cambre.
Como me pareceu quando a vi de relance - e como o nome indica, já agora - aquilo é mesmo um bosque. Selvagem, com muitas árvores que nalgumas partes quase tapam a luz do sol, caminhos de terra batida e de uma enormidade desconcertante.
Eu... fui andando. Sem rumo certo, não me querendo afastar muito da parte por onde tinha entrado para não me perder, fui deixando os pés pisar a terra e os pulmões absorverem o ar fresco da floresta. Às tantas começo a pensar "Mas isto é só árvores?!", porque geralmente os parques têm grandes relvados onde as pessoas se sentam a ler, deitam a apanhar sol e deixam as crianças correr livres. Mas aqui, tudo isto demasiado selvagem, estava a começar a pensar que era exceção. Até que virei uma esquina:
Um grande morro relvado (ou "ervado") onde finalmente encontrei todas as pessoas que suspeitava estivessem a desfrutar daquele bosque. Tudo a gozar o sol que se teme que fuja não tarda muito, mas que está melhor agora do que durante junho, julho ou agosto. Sentei-me à sombra, a mirar o que se passava à volta, e a ler umas páginas do Kobo que havia levado comigo já nessa expectativa.
Entretanto alguém tinha atado uma enorme corda de um lado ao outro desta espécie de vale e ensaiava o truque de andar por cima do arame.
Aqui está a corda mais pequena onde os mais inexperientes treinavam.
A verdade é que não consegui ficar muito tempo ali parada e decidi dar uma volta por outro lado, para ver melhor um arco que tinha visto de relance.
Pareceu-me algo bastante antigo... Com uma pontinha de esperança, pensei que pudesse ser romano. Na ausência de qualquer placa a indicar do que se tratava, fico com a minha imaginação.
É realmente um parque diferente do que estou habituada. Isto deve-se provavelmente ao facto de não ser um parque... mas sim um bosque. Gostei muito de o visitar mas teria gostado mais se tivesse chegado ao lago. Verduras citadinas que contêm água pelo meio ganham muitos pontos. Fica para a próxima.
S.
De vez enquando, lá descobres umas coisas novas :)
ResponderEliminaro Bois de la Cambre tb tem o chateau, ao cimo de uma das zonas de relva/lazer, tem cavalos, tem lagos, é uma delícia de explorar. Nunca vi esse arco! Fica-me para a próxima :) o que o Bois de la Cambre tb tem é um avião telecomandado que fomos experimentar, eu e o meu filho, em baptismo de voo, numa das zonas de planície: voou tão bem e tão alto que o último voo terminou numa árvore e de lá nunca mais saiu :)
ResponderEliminarO lago reparei logo no mapa que havia, mas o chateau desconhecia. Tenho de ir investigar isso. Verdade é que só andei na parte mais perto da Av. Louise (que é onde fica aquele arco), uma ínfima parte do bosque. Mas é um espaço verde enorme e variado, sem dúvida!
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