terça-feira, 25 de março de 2014

É tudo um grande bocejo

Obama is in town. O jornal Metro hoje dava-lhe as boas-vindas efusivas na capa com um "President Obama, welcome to Belgium!". A rua do meu trabalho tinha mais de dez carrinhas da polícia em cima dos passeios, as barreiras de arame farpado voltaram ao lugar (desta vez nem as guardaram, arrumaram só a um cantinho após as manifestações/cimeira europeia da semana passada). Ele vai dormir algures no quarteirão (nada mais nada menos do que no The Hotel, o hotel com mais moral de Bruxelas) por isso tenho um helicóptero a pairar há meia hora por cima de casa (pergunto-me se isto é coisa para durar toda a noite). Bruxelas e os seus habitantes estão estupidificadamente habituados a estas andanças de alta-segurança, fechamentos de ruas, paragens de autocarros provisórias e carros de vidros fumados escoltados com grande alarido por essas avenidas fora, mas claramente o sr. presidente dos Estados Unidos está numa outra liga no que à paranóia segurança diz respeito.
Por falar em Estados Unidos, há uns meses quase me caiu o queixo quando, numa viagem de autocarro até ao aeroporto, passo pela sede da NATO e olho para o outro lado da estrada e vejo um edifício descomunal a ser erguido do chão.


Não sei como é que só dei por ele há uns meses já que ele deve andar a ser construído já há uns anos valentes por isso está cá desde que comecei a fazer viagens de e para o aeroporto. Mas eu tenho a mania irritante de me sentar sempre do mesmo lado do autocarro e olhar sempre para o mesmo lado da estrada, é, deve ser isso.
Foi com grande surpresa que li a placa que orgulhosamente informava que ali se construía a nova sede da NATO. Hah. E eu que andava convencida que a NATO era coisa para se dissolver mais ano, menos ano, assim que os americanos se fartassem de suportar os custos da defesa da Europa às costas e os europeus aprendessem a cooperar para a sua defesa comum.





Menina ingénua, eu.
O Spiegel diz que aquilo está a dar barraca e que a construtora está à beira da falência. Parece que a megalomania militar não se demonstra só através de invasões aleatórias de países terceiros.




S.

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