"Left to ourselves we can all of us keep conflicting ideas in play almost indefinitely, selectively paying attention to what fits our needs of the moment and ignoring the tensions with what we said or thought yesterday, or the day before that. Writing things down in a systematic way is an act of commitment, a decision to firm up and crystallize what we think, to prevent this constant reprocessing and reconfiguring. Like all such resolutions of uncertainty, making this commitment is psychologically difficult, possibly forcing each of us to confront the feebleness or inadequacy of our own thought."
"Sozinhos todos nós conseguimos manter ideias contraditórias quase indefinidamente, dando atenção seletiva ao que serve as nossas necessidade do momento e ignorando as tensões entre o que dissemos ou pensámos ontem, ou no dia anterior. Escrever as coisas de forma sistemática é um ato de compromisso, uma decisão de cristalizar o que pensamos, para impedir este reprocessar e reconfigurar constante. Tal como todas as resoluções de incerteza, fazer este compromisso é difícil psicologicamente, possivelmente forçando cada um de nós a confrontar a fraqueza ou imperfeição do nosso pensamento."
Gostei tanto desta citação porque explica perfeitamente a quantidade de posts em rascunho que tenho guardados, e o número de vezes que me apetece escrever sobre um assunto mas me falta coragem. Escrever não é transformar o que pensamos sobre um assunto em palavras, é mais penoso do que isso. Implica escolher uma posição e defendê-la, e, pior, ignorar todas as outras a que também reconhecemos pontos bem-vistos mas que no seu todo nos dizem menos. E isso por vezes implica reconhecer, no final, que a nossa posição não é tão defensável como gostaríamos. E isso é psicologicamente muito desconfortável.
S.
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