Ontem o Sheffield United capitulou face à pressão pública fortíssima e retirou a oferta ao Ched Evans para treinar no clube. Confesso que não estava nada à espera que isto acontecesse.
Durante a semana passada vários patrons do clube demitiram-se após o clube ter deixado o ex-violador voltar a treinar, incluindo a campeã olímpica Jessica Ennis-Hill, que pediu para retirarem o nome dela de uma as bancadas do estádio do Sheffield United caso Ched Evans voltasse a integrar formalmente a equipa. Alguns patrocinadores ponderaram retirar o financiamento ao clube.
Chegaram a perguntar ao primeiro-ministro britânico o que é que ele pensava deste caso, durante a cimeira do G20 da semana passada na Austrália.
No final das contas, o clube não aguentou a pressão. Dizem eles no comunicado de ontem isso mesmo, que nunca pensaram que este assunto tomasse as proporções que tomou e que dividisse os adeptos de foma tão fervorosa. E que agora, o clube, muito contra a sua vontade e contra os seus princípios de justiça e igualdade de tratamento de profissões, volta atrás na sua decisão. Culpam a reação mob-like de um grande número de pessoas que esteve contra a integração de Evans de volta na equipa. (Ainda assim a única reação mob-like que veio a público veio de um dos apoiantes de Ched Evans que enviou uma ameaça de violação à campeã olímpica que quis que o seu nome deixasse de ser associado com o clube caso o clube reintegrasse o ex-violador. Enfim, pormenores.)
Entretanto a seleção de futebol feminina inglesa vai fazer história amanhã, ao jogar num estádio Wembley completamente esgotado contra a Alemanha. Prova de que há mercado para o futebol feminino, sim senhora, haja a vontade de o promover eficazmente.
Baby steps; baby steps.
S.
Mas ele foi ou não foi julgado? Não cumpriu pena de prisão?
ResponderEliminarFoi julgado, considerado culpado pelo júri, condenado a 5 anos de prisão, dos quais cumpriu 2,5. A sua dívida à sociedade está paga, no que à lei diz respeito.
ResponderEliminarA questão é que muita gente não acha boa ideia um violador, para mais um violador que não mostrou arrependimento, integrar uma equipa e ser idolatrado por milhares de jovens rapazes, e ter o seu nome cantado em estádios cheios todos os domingos. Prende-se com a grande visibilidade do emprego em questão, que involve, para o bem ou para o mal, ele ser um modelo a seguir, para além da sua função de chutar bolas para dentro de uma baliza.