sábado, 10 de março de 2012

A ponte dos cadeados

Um dos meus programas favoritos de TV é o Portugueses pelo Mundo. Fascina-me conhecer o que é que outros portugueses andam a fazer pelo mundo fora, os seus percursos, como foram parar ao Perú ou a Marrocos ou à Singapura e que tipo de coisas fazem nesses países. E o facto de estes programas fazerem uma espécie de visita guiada pelas cidades, com relatos e comentários dos portugueses que lá vivem, faz com que o interesse seja muito maior do que um simples documentário de viagem pela cidade em questão.

Há umas semanas a RTP2 estava a repetir os episódios todas as noites e calhou vermos o de Paris. E descobrimos uma curiosidade muito engraçada. A senhora que vivia lá já há uns anos foi mostrar uma ponte no Sena que estava cheia de cadeados presos à rede que casais apaixonados tinham aí colocado. Ora, segundo consta, alguém se tinha lembrado de fazer isso em 2007 ou 2008 e a moda pegou. Parece que os pombinhos íam lá à ponte, colocavam um cadeado com os nomes dos dois e votos de amor eterno, fechavam-no e deitavam a chave ao rio. Só que aquilo começou a tomar tais proporções que a Câmara Municipal tinha-se visto obrigada a ir lá retirar os cadeados que todos os dias brotavam que nem cogumelos e que entretanto começaram a espalhar-se por outras pontes da cidade. Não sei se foram os protestos ou a insistência das pessoas, mas o que é certo é que ao fim de algum tempo as autoridades parisienses limitaram-se a encolher os ombros e a deixar os cadeados onde estavam.

No dia em que fomos a Paris, na correria entre escalas, tivemos de ir espreitar a tal ponte.


E lá estavam os cadeados todos pregados à Pont des Arts, de todos os tamanhos e feitios, com as inscrições dos amantes.




Eu bem espreitei lá para baixo para o rio, na esperança vã de vislumbrar alguma chavita lançada ao rio. Mas parece que o metal não flutua e um rio de cidade não é propriamente translúcido... Mas fiquei contente por ter testemunhado esta curiosidade que apanhei nos Portugueses pelo Mundo por acaso, e que de outra forma não iria encontrar ou saber o que significava.



S.

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