É surpreendente o quão bem me adaptei à rotina nova que será a minha pelo menos durante o mês de agosto.
Desconfio que o grande responsável tem sido o ginásio, que me dá um propósito para me levantar, sair de casa, e de ter metas a alcançar. Com os Jogos Olímpicos a passar nas múltiplas televisões de lá, é fácil uma pessoa ser encorajada a pedalar mais um minuto, ou a mexer-se com mais vigor na elíptica. Ainda no outro dia estava eu a caminhar na passadeira quando começa aquele desporto das cambalhotas e pinos e mortais no tapete. Eu olhava fascinada o que o corpo humano consegue fazer, a força com que os braços daqueles atletas os sustentavam de cabeça para baixo e tal só me deu mais vontade de acelerar o passo e melhorar a minha própria resistência.
Fico contente por me aperceber que a minha forma física está razoável, e que faço com menos esforço o que fazia da última vez que frequentei um ginásio (há quanto tempo foi isto, senhores!). Sei que devo isto às caminhadas diárias de quatro quilómetros entre trabalho e casa que fiz durante estes últimos cinco meses, e portanto posso dizer com convicção que funcionou a minha estratégia de poupança financeira em passes + exercício gratuito.
Mais uma vez dou graças por morar a 300 metros do ginásio, 100 de dois supermercados (o que significa que tenho baguettes frescas todas as manhãs), a um quilómetro do Lidl, a 100 metros de uma lavandaria, a 700 de uma zona de lojas e a 600 de uns correios. O que se torna bastante conveniente porque agora, sem a desculpa do emprego, tenho de tomar a minha parte do trabalho doméstico que eu tanto adoro. Se bem que, quando uma pessoa tem todo o tempo do mundo, ele até nem é tão mau.
Continuo entretida a editar a revista online que tantas dores de cabeça quantos sentimentos de dever cumprido já me deu (Next Europe, que um bocadinho de publicidade nunca fez mal a ninguém), a entrevistar o pessoal empreendedor (idem) e a candidatar com força para vagas de emprego, enquanto penso no que quero fazer da vida a curto-prazo (ahem, doutoramento?). Nada disto é pago, mas note-se que eu pertenço à geração dos escravos bem-qualificados, portanto até aqui nada de extraordinário.
Estou a encarar o mês de agosto como um mês de férias - ao invés de desemprego, que é o que ele é na verdade (sem bem que, pode-se ser desempregado sem nunca ter tido um emprego a sério?) - e a permitir-me saboreá-lo, ainda que seja um agosto sem sol e sem temperaturas acima dos 20 graus nem migrações soalheiras à vista. Pode bem ser o último mês completo de férias que gozo em 40 anos. Por isso o melhor mesmo é aproveitá-lo.
S.
como sei que gostas de estudar, porque nao aproveitar esse tempo livre (que decerto será bastante curto) para te dedicares a algum dos cursos onlines disponiveis no Coursera?
ResponderEliminarhttps://www.coursera.org/courses
Eu agora estou a fazer o de Finanças e estou a adorar. Eles no fim, se passares nos testes e exames dao-te um certificado da universidade! Dá uma olhadela :)
Os cursos sao completamente gratuitos, dados por professores de excelência!
hmm, vou dar uma olhadela nisso. se bem que vou ter que usar este mês para decidir se me candidato a doutoramento para o próximo setembro...
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