terça-feira, 10 de setembro de 2013

É muito isto

"But justifying having children as “you’ll feel different when it’s your own” or The Worst “you’ll never know what true love is until you have a child” makes me want to stab someone. You can’t devalue someone for not having given birth. No one remembers Sylvia Plath for her kids (she fucking messed them up with her repeated attempts to gas herself) they remember her for her poetry and writing. Having children or not having children should not ultimately define you as a person. It changes you, but it is not finally you."

Especialmente as duas últimas frases.

Daqui.




S.

4 comentários:

  1. tenho também um carinho especial pelos argumentos do género "só serás uma mulher a sério/completa/whatever quando tiveres filhos". porque mulheres inférteis e transexuais e simplesmente com outras opções de vida nunca serão mulheres a sério.

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  2. Essas pessoas encaram a maternidade como o cúmulo das suas vidas, o ponto alto, quando eu acho que é só uma espécie de add-on. Como a autora diz no artigo, a maternidade não te deveria definir como pessoa. É só um extra.

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  3. Adicionalmente ao que já foi dito, acrescentaria que há também uma enorme confusão entre maternidade e gravidez. Parece-me que no texto (e quando as pessoas dizem coisas como «quando fores mãe é que vais dar o valor» e aparentadas estão a referir-se a um processo que se inicia com um casamento - ou com uma ligação legítima normalizada, i.e., entre um homem e uma mulher - depois com uma gravidez (o corpo como espaço de criação de seres, um corpo que não é só da mulher, um corpo que deixa de ser o corpo dela quando está grávido), passando pelo parto (essa experiência difícil e neutralizada) e depois pela «dedicação materna. Julgo que quando se diviniza a maternidade, não é o ser mãe, ser pai, o amor que alguém pode ter por outrém, por uma criança, por um ser que é dependente de um adulto, que se diviniza, mas antes todo um ciclo que deve ser completo e que se entende ser o verdadeiro fim das mulheres.

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  4. Ceridwen, exato. É o tal ponto alto da vida de uma mulher que, ainda muito enraizado na mentalidade geral, começa com o casamento, tal como referes. Quanto à dedicação materna, que será o culminar do ciclo,há pouco tempo estive a ler o The Female Eunuch e é engraçado que a Germaine Greer é absolutamente contra a maternidade a full-time, do género a criança ter a atenção toda da mãe para si nos primeiros anos. Ela diz que a criança aprende a tiranizar a mãe e a fazer pedidos que não lhe interessam para nada, só porque pode. E que é muito melhor quando há mais adultos a quem a criança possa recorrer. Ou seja, uma dedicação materna a tempo inteiro não é saudável nem para a criança nem para a mãe.
    (Ela tem mais umas quantas ideias revolucionárias e um bocado polémicas em relação à educação das crianças e à maternidade, nem eu concordo com todas, mas esta pareceu-me interessante. Acredito que há 40 anos tenham sido um choque.)

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